Às primeiras horas do dia 8 de Março de 1971, uma sequência de mais de 20 explosões destruiu o principal hangar da Base Aérea n.º 3, em Tancos, no coração do maior polígono militar do país. No interior estavam 28 aviões e helicópteros da Força Aérea, que ficaram praticamente destruídos. A espetacular sabotagem – a maior perpetrada em território nacional contra as guerras coloniais em Angola, Moçambique e Guiné – foi conduzida por um comando clandestino da ARA, a Acção Revolucionária Armada, o braço guerrilheiro do PCP.
O audacioso comando da ARA é constituído por quatro elementos. A coordenação pertence a Raimundo Narciso, que usa normalmente o pseudónimo “Luís”, o único que está na clandestinidade. Os dois bombistas –que penetram no hangar, instalam as cargas explosivas e fazem deflagrar o sistema – são Carlos Coutinho e Ângelo de Sousa. Com os pseudónimo “Tavares” ou “Miguel”, Ângelo trabalha na própria base aérea, onde cumpre o serviço militar obrigatório. Natural de Espinho, ex- empregado bancário, 23 anos, é cabo miliciano e está a completar um curso de piloto de helicópteros ministrado por instrutores franceses.
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