Na alvorada deste milénio, saiu dos estúdios britânicos da Aardman uma maravilha do cinema animado, em simultâneo um grande filme sobre a insubmissão e um caso muito sério de bilheteiras, “Chicken Run” ou, como por cá foi crismado, “A Fuga das Galinhas”. Fundada em 1972 em Bristol por Peter Lord e David Sproxton, a Aardman já era então bem conhecida pelos britânicos, sobretudo pela televisão, e muitos cinéfilos a admiravam. As curtas da série “Wallace and Gromit” haviam-se tornado populares no Reino Unido dos anos 90 e eram delícias frequentes das sessões juvenis de todos os festivais de cinema do mundo.
Aliados do bom humor e da irreverência, aqueles bonecos de plasticina guardavam um espírito independente que os estúdios, de resto, conseguiram conservar até hoje. E contudo, a Aardman não estava nada à espera que as suas galinhas em fuga da sua primeira longa-metragem fossem afinal as galinhas dos ovos de ouro daquele ano de 2000. O filme que Peter Lord realizou a quatro mãos com Nick Park (um artista que se juntara à casa em meados dos anos 80 e um dos criativos do arrebatador clip de 'Sledgehammer', canção de Peter Gabriel), trepou nas bilheteiras que só visto e tornou-se no maior êxito, ainda inigualável, do cinema de animação em stop-motion, técnica em que a Aardman é exímia.
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