
Da memória da ditadura militar brasileira filmada por Walter Salles, à memória de um filme de Jerry Lewis nunca visto
Da memória da ditadura militar brasileira filmada por Walter Salles, à memória de um filme de Jerry Lewis nunca visto
Em Veneza
Um grande festival de cinema é feito de muitas vertentes. A principal, a que concentra as atenções, é sempre a Competição da Seleção Oficial que na edição 81 da Mostra Internazionale d’Arte Cinematografica, de Veneza, só no fim de semana começou a mostrar os seus trunfos. O primeiro, americano - “The Brutalist” de Brady Corbet - vinha aureolado de acontecimento. Filmado - e aqui exibido - em película, numa cópia de 70 mm no antigo formato VistaVision, com três horas e meia de duração e um filme intervalo de 15 minutos rigorosamente respeitado, pretende ser um épico sobre um (ficcional) arquiteto formado na Bauhaus, húngaro, judeu e sobrevivente dos campos da morte, emigrante nos Estados Unidos no pós-guerra. László Tóth/Adrien Brody escapa do nazismo e cai nos braços do capitalismo americano anti-semita, onde é explorado, desprezado e violentado, sob a capa de uma admiração estética deveras inexistente. É um filme de resistência e determinação muito para lá da Arquitetura enquanto ideia de arte edificadora.
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