Cinema

Hollywood pode parar: depois dos argumentistas, também os atores de televisão e cinema ameaçam entrar em greve

Hollywood pode parar: depois dos argumentistas, também os atores de televisão e cinema ameaçam entrar em greve
David McNew/GETTY

Pela primeira vez desde 1960, Hollywood pode ser abalada por uma greve simultânea de argumentistas e atores, com consequências potencialmente catastróficas para os estúdios e a produção televisiva e cinematográfica dos EUA

Após semanas de negociações sobre um novo contrato coletivo de trabalho, ainda não há acordo entre o sindicato que representa mais de 160 mil atores e apresentadores de cinema, televisão e rádio e os grandes estúdios de Hollywood, escreve a CNN. O SAG-AFTRA ameaça fazer greve caso as suas reivindicações não sejam atendidas, o que pode começar muito em breve, tendo como consequência a paralisação total de Hollywood.

No centro do conflito estão as negociações para a renovação do acordo entre os estúdios – entre eles Disney e a Warner Bros. Discovery, assim como gigantes do streaming como a Netflix – e os atores. As reivindicações são semelhantes às dos argumentistas, que entraram em greve em maio deste ano: para além de estarem preocupados com o uso de imagens geradas por inteligência artificial e com a gestão dos direitos de voz e imagem, os atores pedem uma melhoria nas condições de trabalho e nos salários, que consideram estarem desajustados face à inflação e ao crescente papel das plataformas de streaming.

O sucesso nas negociações parece cada vez mais improvável, depois de uma última ronda de negociações na quarta-feira, dia em que terminava a validade do anterior contrato de três anos, que já havia sido prorrogado para que se continuasse a discutir um novo acordo. Segue-se, esta quinta-feira, uma votação final da greve e uma conferência de imprensa, às 20h de Portugal Continental, em que pode ser anunciado o início formal da paralisação.

Fran Drescher, a presidente da SAG-AFTRA considerou a resposta dos estúdios às exigências dos atores como "insultuosa e desrespeitosa", notando que tinham sido "completamente bloqueados" em certas questões. “Enquanto não negociarem de boa-fé, não iremos chegar a um acordo”, acrescentou. Segundo o diário norte-americano The New York Times, a direção do sindicato votou unanimemente a favor de uma recomendação de greve.

Caso se confirme o pior cenário, seria a primeira vez desde 1960 que os argumentistas e os atores de Hollywood estariam em greve ao mesmo tempo, com consequências potencialmente catastróficas para os estúdios e para a produção televisiva e cinematográfica dos EUA, já muito condicionada pela greve dos argumentistas.

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