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Artes Plásticas

Além da evidência estridente do kitsch turístico: exposição “O Cerco de Lisboa” mostra uma outra cidade

"A Cor da Luz" (2023), de Mag Rodrigues, na exposição "O Cerco de Lisboa"
"A Cor da Luz" (2023), de Mag Rodrigues, na exposição "O Cerco de Lisboa"
Mag Rodrigues

Imagens de vários fotógrafos, como Paulo Catrica, Mag Rodrigues ou Augusto Brázio, expõem as margens de uma Lisboa gentrificada e em acelerada mudança, sublinhando a ideia de que o que faz a periferia não é o foco, mas o abandono. No Arquivo Municipal de Lisboa – Fotográfico, até 2 de março

Além da evidência estridente do kitsch turístico: exposição “O Cerco de Lisboa” mostra uma outra cidade

Celso Martins

Jornalista

As transformações a que a gentrificação sujeitou Lisboa nos últimos anos fazem dela um objeto de redescoberta e documentação tentador para o olhar fotográfico. Há uns meses, a editora Ghost publicou “Lisboa mesma outra Cidade”, um livro coordenado por David-Alexandre Gueniot e Catarina Botelho que juntava imagens de vários fotógrafos e escritores em torno das permanências e impermanências, com acento na cidade invisível além da evidência estridente do kitsch turístico. Embora partilhe alguns princípios e mesmo participantes (como Pedro Letria), esta exposição possui uma orientação distinta. Usando, mais metafórica que literalmente, o perímetro amuralhado da cidade (uma barreira tanto externa como interna), a exposição comissariada por Alejandro Castellote vai em busca de territórios e grupos encerrados sobre si ou que formam nichos, superficialmente visíveis no mapa humano da cidade mas quase nunca entendidos nas suas lógicas internas.

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