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“Megalopolis” em Cannes: de que planeta vieste?

Grace VanderWaal, Giancarlo Esposito, Aubrey Plaza, Francis Ford Coppola, Romy Croquet Mars, Adam Driver e Nathalie Emmanuel na estreia de “Megalopolis” em Cannes – o filme corre pela Palma de Ouro
Grace VanderWaal, Giancarlo Esposito, Aubrey Plaza, Francis Ford Coppola, Romy Croquet Mars, Adam Driver e Nathalie Emmanuel na estreia de “Megalopolis” em Cannes – o filme corre pela Palma de Ouro
Samir Hussein/Getty

O novo filme de Francis Ford Coppola, que deixou a Croisette à nora, é de uma coragem gigantesca e, ao mesmo tempo, de uma solidão sem medida. “Megalopolis” não move uma palha, não faz um mínimo esforço para ser amado segundo os cânones da empatia que nos rodeia. Temos que ser nós a ir à procura dele. E a maioria ficará pelo caminho

“Megalopolis”: mas o que é isto, Sr. Coppola? De que planeta chegou este monumento, em que outros tantos viram um ogre? Que Frankenstein é este, sem receio de expôr as suas cicatrizes? Já lhe chamaram “grande filme doente” e “batshit”, porque esta distopia, é verdade, tem um bocadinho de Batman, de filme noir e de grotesco, certos momentos podiam até ter o traço de uma novela gráfica de Frank Miller.

Não é drama nem farsa, não é comédia nem ficção-científica, mas não lhe chamamos Frankenstein por acaso porque tudo aquilo cabe em “Megalopolis”, que quer ser tanta coisa. Não haverá filme mais difícil de abordar até ao fim deste festival. Cannes não encontrará outro elefante como este na sala. “Megalopolis” é uma catedral a ameaçar desmoronar-se de um plano para outro. E insiste-se, porque não se pensou noutra coisa ao longo do filme: é um filme que não quer ser amado.


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