Acervo de Eugénio de Andrade vai morar na Casa dos Livros do Porto

A Câmara Municipal do Porto entrega o espólio de 17 mil livros, manuscritos, desenhos, telegramas, postais e fotografias do poeta português à Faculdade de Letras
A Câmara Municipal do Porto entrega o espólio de 17 mil livros, manuscritos, desenhos, telegramas, postais e fotografias do poeta português à Faculdade de Letras
O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e a diretora da Faculdade de Letras (FLUP), Fernanda Ribeiro, vão assinar esta quarta-feira, pelas 11h30, o contrato de depósito do acervo de Eugénio de Andrade. O espólio vai ficar instalado no antigo Palacete Burmester, espaço rebatizado de Casa dos Livros, sede do Centro de Estudos da Cultura em Portugal da Universidade do Porto
A coleção é composta por mais de 17 mil livros; 1400 manuscritos, dactiloscritos, tiposcritos com anotações e desenhos; 7400 cartas, telegramas, postais e fotografias. O vasto acervo, até agora depositado na Biblioteca Pública Municipal, ficará guardado mas acessível para consulta e para trabalhos de investigação.
“A clarividência de colocar aqui neste belo palacete, a Casa Burmester agora rebatizada de Casa dos Livros, o acervo bibliográfico e os manuscritos pessoais de Eugénio de Andrade representa um simbólico regresso do poeta à cidade, garantindo-se, assim, a salvaguarda de um riquíssimo espólio”, refere Rui Moreira, citado num comunicado da CMP. Para o edil, o espólio “espelha a vida e obra de uma figura incontornável da nossa literatura”.
Além da cedência do acervo, aprovado por unanimidade pelo executivo municipal no passado mês de março, o contrato de depósito prevê também um apoio anual de 20 mil euros, durante três anos, à Casa dos Livros para garantir o tratamento, estudo, promoção, divulgação e disponibilização ao público de todos os documentos em formato físico e digital.
Com a mudança para o número 1055 da Rua do Campo Alegre, o espólio de Eugénio de Andrade vai coabitar na Casa dos Livros, residência de aproximadamente 70 mil exemplares, com os acervos literários de Vasco Graça Moura, Herberto Helder, Manuel António Pina, Óscar Lopes, Albano Martins, António Cortesão e Humberto Baquero Moreno.
A Casa dos Livros nasceu com o “principal objetivo de ser um centro destinado à preservação, divulgação e valorização de acervos pertencentes a intelectuais e figuras de destaque da cultura portuguesa”, explicou Fernanda Ribeiro durante uma visita guiada ao Expresso, aquando da abertura ao público do espaço.
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