"Há muitos pensadores que se dedicam a Portigal mas Eduardo Lourenço pensou Portugal toda a vida" - as primeiras declarações do Presidente da República foram feitas no final da cerimónia que assinala a restauração da independência.
Numa nota publica esta manhã no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o "mais importante ensaísta e crítico, o mais destacado intelectual público".
No texto, o Presidente prossegue referindo que "tendo vivido durante décadas em França, e sendo estruturalmente francófilo, poucos foram os «estrangeirados» tão obsessivos na sua relação com os temas portugueses, com a cultura, identidade e mitologias portuguesas, com todos os seus bloqueios, mudanças e impasses".
Para Marcelo, Eduardo Lourenço "nunca esteve, por isso, alheado dos debates do nosso tempo, nem das vicissitudes da política". O Presidente entende que se deve ao ensaísta "algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução".
Para o Presidente,entre todos os intelectuais portugueses da sua envergadura, nenhum outro foi tão alheio à altivez, à auto-satisfação, ao desdém intelectual.
Amanhã assinala-se um dia de luto nacional
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