Há meses, quando o novo coronavírus já andava por aí, o realizador Tiago Pereira estava a filmar uma velha senhora, na sua horta, na região de Vila Nova de Poiares, distrito de Coimbra, quando irrompeu por entre as verduras uma mulher com o filho ao colo, muito aflita, a pedir uma benzedura que retirasse ao seu pequenote a ‘espinhela caída’. Rogou que a velha senhora lhe fizesse logo ali ‘um responso’, uma espécie de reza, que aliviasse o filho das dores no peito, pois estaria supostamente a sofrer de um deslocamento do externo. A benzedora lá lhe fez o favor, dizendo algo assim, como se ouve num dos vídeos de Tiago Pereira:
Mal de inveja/mau ódio/mau olhado/ feitiços/feitiçarias/bruxas/bruxarias/mal de orgulho/egoísmo/tudo quanto for mal no corpo do Tiago/ tudo vai ser afastado.
“Estamos em 2020 e isto aconteceu à minha frente.”, conta-nos o realizador Tiago Pereira. Momentos como este, inesperados, genuínos e tão portugueses, é o que o realizador e diretor artístico da associação cultural “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria anda a captar.
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