A “antipintura” de Álvaro Lapa

Menos de dois anos depois de uma extensa retrospetiva apresentada em Serralves pela mão de Miguel von Hafe Pérez, a obra de Álvaro Lapa (1939-2006) volta a ser alvo de interesse curatorial, desta vez a partir de um aspeto específico da sua criação. A concluir um doutoramento sobre o artista, Óscar Faria apresenta uma exposição que se aproxima sobretudo das intrincadas relações entre a pintura e a literatura que se manifestam na obra visual de Lapa desde os anos 60, gerando um dos mais originais universos da arte portuguesa da segunda metade do século XX.

Propondo uma verdadeira radiografia intelectual e literária do artista que aclara as suas relações com uma significativa constelação de escritores, Faria imaginou uma exposição que tem, ela própria, a estrutura de um livro, com introdução, capítulos e um epílogo e que, emblematicamente, converge para um centro onde se apresenta a própria biblioteca de Lapa e os seus cadernos de esboços que nos dão acesso à sua intimidade criativa.

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