Primeiro-ministro tem casa “nova”
A residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, foi redecorada com peças de design que vão do século XII aos dias de hoje e está aberta ao público a partir de sábado
A residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, foi redecorada com peças de design que vão do século XII aos dias de hoje e está aberta ao público a partir de sábado
Jornalista
Chama-se Design em São Bento: Traços da Cultura Portuguesa e transforma a casa do primeiro-ministro numa montra daquilo que melhor se faz em Portugal nos domínios do mobiliário, da luminária, dos têxteis, e dos objetos decorativos. Uma exposição que dá uma nova dinâmica às principais salas do palacete e que pretende mostrar a modernidade de um país com história.
Em São Bento estão reunídas 85 peças que abrangem um período tão distante como o que começa no século XII e termina no século XXI e que percorre o Norte o Sul e as Ilhas. "São peças que espelham um entendimento abrangente do design como uma capacidade inata do homem de transformar o mundo à sua volta com o intuíto de conhecer e melhorar a sua própria vida", explica a diretora do MUDE - Museu do Design e da Moda e curadora desta exposição, Bárbara Coutinho.
A começar por uma alfaia agrícola vinda do Museu Nacional de Etnologia e a terminar num prato Bordallo Pinheiro pintado por Vihls, são muitas as tendências que dialogam agora com as peças que fizeram o caminho da democracia dentro daquele espaço. Estão lá os vários sectores de produção, desde a madeira à cerâmica, do vidro à porcelana, da tapeçaria à cortiça e à pedra natural.
Não menos presente está o mundo rural e a cultura popular, como o demonstra uma peça de Rosa Ramalho (Princesa a Cavalo) ou uma bilha de barro com pedras encrostadas. "Há aqui o peso da interceção do nosso património com o conjunto da lusofonia e da portugalidade", continua Bárbara Coutinho. Estão lá mais de 40 autores representados, e mais de 30 marcas nacionais.
O Palacete de São Bento ganha nova vida ainda vinda do contraste entre peças delicadas e rudes sempre com funcionalidades específicas. Destaque para a amostra de design dos anos 40 e 50, da década de 70 e da atualidade. De Daciano da Costa a Filipe Alarcão, de Almada Negreiros a Siza Vieira, de Toni Grilo a Miguel Arruda, de Henrique Cayatte a José Espinho.
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