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Cultura

“Sou uma prostituta musical, dear”

Rami Malek é Freddie Mercury no filme “Bohemian Rhapsody”
Rami Malek é Freddie Mercury no filme “Bohemian Rhapsody”
20th Century Fox

Revisitamos cinco canções, uma por cada nomeação aos óscares de “Bohemian Rhapsody”, para tentar perceber Freddie Mercury

“Sou uma prostituta musical, dear”

Marta Gonçalves

texto

“Seven Seas of Rhye”

Sister I live and lie for you
Mister do and I'll die
You are mine I possess you
I belong to you forever

Rhye é uma ilha misteriosa onde não se sabe bem como chegar. Rhye fica na imaginação de Farrokh e da sua irmã, Kashmira. Os dois nasceram na Cidade de Pedra, em Zanzibar, depois dos pais, Bomi e Jer, se terem mudado para que o pai pudesse manter o emprego no Banco Colonial Inglês. Foram educados segundo os valores do zoroastrismo dos antigos persas, religião que nasceu no Irão antes do islão e é das mais antigas monoteístas. Mas Farrokh havia novamente de regressar à Índia, para onde foi enviado para um colégio interno e aí completou toda a educação básica.

Quando os filhos já tinham uma adolescência bem vivida, a família mudou-se para Londres - cidade onde, aliás, muita vezes Farrokh dizia ter nascido. Zanzibar vivia tempos revolucionários e incerteza. O jovem entrou na faculdade e trabalhou em lojas de roupa e no aeroporto de Heathrow. Explorou o gosto pela música, pelo piano e pelo que conseguia fazer com a voz.

Farrokh Bulsara viria a ser só Freddie, primeiro, e Freddie Mercury depois. E “Seven Seas of Rhye”, que nunca foi mais que um produto da sua imaginação, seria o primeiro single a levar os Queen às listas e tops dos mais ouvidos.

Bohemian Rhapsody

Mama, just killed a man
Put a gun against his head
Pulled my trigger, now he's dead
Mama, life had just begun
But now I've gone and thrown it all away
Mama, oh oh
Didn't mean to make you cry
If I'm not back again this time tomorrow
Carry on, carry on, as if nothing really matters
(...)
Mama, oh oh (anyway the wind blows)
I don't want to die
Sometimes wish I'd never been born at all


As músicas surgiam-lhes em estúdio quando os quatro estavam juntos. Era o mais normal. Mas não com “Bohemian Rhapsody”. Essa já chegou a Roger, Deacon e May meio estruturada: primeiro balada, depois ópera e por fim rock. Alguns acordes e palavras (“Mama, just killed a man” é disso exemplo) haviam soado na cabeça de Freddie algures no final da década de 60, quando os Queen ainda nem eram Queen, eram apenas os “Smile” e ainda só eram três - John Deacon só haveria de se juntar a eles depois de um encontro numa discoteca uns tempos depois.

Se Freddie era para ser designer, para Brian tudo se alinhava na astrofísica, enquanto Deacon seria engenheiro e Roger dentista. Depois de “Seven Seas of Rhye”, o sucesso da banda cresceu. Digressões por todo o mundo, álbuns, singles. Estádios esgotados, fãs em lágrimas nas primeiras filas.

Rami Malek e Gwilym Lee, os atores que interpretam Freddie e Bryan May em “Bohemian Rhapsody”
20th Century Fox

“Sempre que estou na mesma sala que o Brian, em cinco minutos começamos a discutir de alguma forma. Nunca lhe bati, mas ainda há tempo para isso”, gozava Mercury, respondendo aos rumores de problemas entre os elementos. E o burburinho começou a ser muito.

Embora no filme a perceção é de que os Queen se afastam pela vontade de Freddie viver a música sozinho, a verdade é outra: antes de o vocalista ter lançado um álbum sozinho, já May e Roger tinham editado discos ou singles independentes da banda.

A “Liar” de Freddie, a “The loser in the end” de Roger, a “Doing all right” de Bryan ou a “You're My Best Friend” de Deacon: primeiro os louros e royalties das músicas eram distribuídos por cada um deles conforme quem tinha composto a canção, só mais tarde os quatro passaram a assumir a autoria de todas as criações da banda.
Freddie dizia que os Queen eram a sua família.

Love of my life

Love of my life, you've hurt me
You've broken my heart and now you leave me
Love of my life, can't you see?
Bring it back, bring it back
Don't take it away from me, because you don't know
What it means to me

Freddie Mercury teve muitos amantes, apaixonados, casos de uma noite, romances. Só teve uma mulher. Ou melhor, só uma mulher é que o teve por inteiro: chamava-se Mary. Mary Austin, 19 anos, Londres, empregada de uma loja de roupa. O futuro performer tinha 24 e acabara o curso de Arte e Desenho Gráfico. “Nunca tinha conhecido ninguém como ele. Era muito confiante, algo que eu nunca tinha sido, e crescemos juntos”, contava Mary Austin à revista “Ok!” em 2000.

A paixão deu lugar ao amor e rapidamente o casal arranjou um apartamento. Os dois trabalhavam incansavelmente na carreira musical de Freddie. E apesar de o pedido ter acontecido, nunca chegaram a casar. Havia algo que não estava bem.

Freddie e Mary Austin quando namoravam
Getty Images

“Era inocente e demorei um pouco a compreender a realidade. Até que, finalmente, o Freddie me disse que era bissexual. Mas tenho memória de na altura lhe ter respondido: ‘Não, não acho que sejas bissexual. Acho que és gay.’” Acabou.

Foram um casal por seis anos. Mas os dois iriam continuar juntos de outra forma: Mary ia em tour com os Queen, Mary estava diariamente na vida de Freddie e, na hora da morte, Mary ficou a seu lado.

“Muitos me perguntam porque é que não conseguem substituir a Mary, mas é impossível. A Mary é a minha única amiga e não quero mais ninguém. Para mim, é como um casamento. Acreditamos um no outro e para mim é suficiente”, dizia Mercury.
Mary herdou grande parte da fortuna de Freddie. Hoje vive com a família na casa que era do músico.

I want to break free

It's strange but it's true, yeah
I can't get over the way you love me like you do
But I have to be sure
When I walk out that door
Oh, how I want to be free, baby
Oh, how I want to be free
Oh, how I want to break free

A vida de Freddie vive-se entre polémicas, pautada por todo o tipo de excessos. A sua feminilidade e a sua orientação sexual eram constantemente motivo de capas de tabloides, sobretudo nos britânicos. Falava-se em dezenas de amantes, no consumo de drogas e na excentricidade. Mais tarde, a doença - só na véspera da sua morte diria publicamente que tinha sida.

Foto 20th Century Fox

“I want to break free” foi para parte da opinião pública quase como uma confirmação do que já todos diziam de Freddie: que era gay. O videoclip, que supostamente tinha um objetivo cómico, foi mal recebido nos EUA, que interpretaram quatro homens vestidos de mulheres como uma apologia à homossexualidade. A polémica foi tal que os Queen não haviam de voltar a atuar em território norte-americano.

“Como se descreveria como artista?”, perguntaram-lhe numa entrevista durante uma viagem a Munique, na Alemanha. “Não, não me vejo como um artista”, respondeu. “Sou uma prostituta musical, dear”. E este dear - por vezes darling - era muito de Freddie, porque poucas eram as vezes que terminava uma frase sem usar estas palavras.

Quem era final Freddie? Um “amante da vida, cantor de canções”, descreve-o Brian May.

Show must go on

The show must go on
The show must go on
Yeah
Inside my heart is breaking
My make-up may be flaking
But my smile still stays on
Whatever happens, I'll leave it all to chance
Another heartache, another failed romance
On and on, does anybody know what we are living for?

Durante muito tempo ninguém sabia o que Mercury estava a passar. Tinha sida. Um dia, quando desembarcou vindo de uma viagem ao Japão, um jornalista perguntou-lhe se era seropositivo. Freddie disse que não e não continuaria a dizê-lo por muito mais tempo. O corpo e a voz começaram a falhar-lhe. Os rumores adensaram-se.

Além de Mary, Freddie teve outra relação séria e duradoura: Jim Huton. Conheceram-se num bar. “Quando eu chegava do trabalho, sentávamos-nos no sofá. Ele massajava-me os pés e perguntava-me pelo meu dia”, recordou Huton ao “The Times of London” em 2006. Quando chegou o diagnóstico, revezava-se com amigos para cuidar de Freddie.

A recriação do concerto do Live Aid em “Bohemian Rhapsody”
20th Century Fox

A 18 de novembro, os Queen receberam o prémio de “contributo extraordinário” nos Brit Awards. Quando subiram ao palco, Freddie, que vestia um nada discreto fato azul bebé brilhante, vinha na frente. Seguiu-se Roger Meddows-Taylor num bem mais contido negro e branco. A fórmula foi repetida por John Deacon e Brian May, que foram os últimos. E nessa noite, ao contrário de todas as outras noites e dias, não ouvimos Freddie. Foi May que assumiu o discurso. Nesse dia não o ouvimos nem nunca mais o ouviríamos. Foi a última vez que apareceria em público.

Freddie Mercury, na verdade Farrokh Bulsara, morreu a 24 de novembro de 1991 sentado numa cadeira à porta de casa a ver os quadros que pintou.

5 Nomeações

Melhor filme
Melhor ator
Melhor mistura de som
Melhor edição de som
Melhor montagem

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