Os casos de covid longa têm intrigado, desde o início da pandemia, os especialistas que não tinham até ao momento um conceito científico para descrever a situação de quem, após recuperar da infeção, fica com sequelas durante meses. A partir de agora, a Organização Mundial da Saúde já tem uma definição oficial.
Mais do que uma designação académica, isso pode ser determinante para atribuir baixas médicas às pessoas afetadas, assim como para acelerar o diagnóstico e afinar o conhecimento científico sobre long covid.
De acordo com o jornal “El País”, a definição, estabelecida por uma equipa de investigadores internacionais, determina que “a covid longa é a condição que ocorre em indivíduos com antecedentes de infeção provável ou confirmada por SARS-CoV-2, geralmente três meses depois do início, com sintomas que duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por diagnóstico alternativo”.
Os primeiros casos de covid longa começaram a surgir em 2020, quando pessoas que já tinham recuperado da infeção continuavam a apresentar sintomas prolongados como anosmia (perda de olfato), dores musculares e fadiga.
“A definição não inclui uma lista de sequelas, porque temos já mais de 200 sintomas diferentes”, ressalva Joan Soriano, epidemiologista que liderou o grupo de investigadores que elaborou este estudo, no qual participaram 265 pessoas, publicado na revista científica “The Lancet Infectious Diseases”.
A definição não contempla os casos, muitos raros, de covid longa verificada em crianças. "É tão diferente da covid longa dos adultos que decidimos deixar de fora", justifica Soriano.
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