Marta Temido anunciou, em conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, que "nos próximos dias" será divulgado o plano para a vacinação contra a covid-19. O documento, referiu a ministra da Saúde, está a ser elaborado pela Comissão Técnica de Vacinação e nele estarão definidos, entre outros aspectos, qual a população-alvo da vacina.
Critérios como o "grupo etário", a "exposição a fatores profissionais de maior risco" e "imprescindibilidade para a segurança geral" serão decisivos. "Trata-se de um documento semelhante ao que conhecemos de outros países no que diz respeito à definição da população-alvo", adiantou. Países como Espanha, Inglaterra e Alemanha já divulgaram os seus planos.
"É apenas uma peça", ressalvou, contudo, Marta Temido, uma vez que "há questões logísticas, de administração da vacina e de comunicação" que terão ainda de ser consideradas. "É necessário garantir que as pessoas percebem exatamente a quem se destina a vacina e por que razão haverá pessoas a quem ela será administrada primeiro".
Se, numa fase inicial, "espera-se pouca disponibilidade" em termos de doses, essa disponibilidade "irá aumentar na primavera". Segundo Marta Temido, estima-se que no terceiro trimestre do próximo ano, isto é, entre julho e setembro de 2021, "a estratégia esteja já implementada" e "seja possível garantir a cobertura" da vacina.
"Não vamos ter um Natal igual aos outros"
Também na conferência de imprensa, a ministra da Saúde deixou um aviso: "Por muito que a situação epidemiológica melhore, não vamos ter um Natal igual aos outros". Quais as restrições que podemos esperar para essa altura? "Ainda é cedo" para saber isso, respondeu.
Marta Temido esteve na manhã desta quarta-feira reunida com o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, tendo feito ainda outras visitas no sentido de perceber como está a situação na região. O SNS, garantiu ainda, "mantém a capacidade" de responder às necessidades da população, incluindo as assistenciais (doentes não-covid).
"O SNS está a reorganizar-se todos os dias e os seus profissionais continuam a trabalhar para responder adequadamente", afirmou. O risco de transmissão do vírus da covid-19, conhecido por RT, acrescentou também, está agora em 1,07, segundo dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
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