Coronavírus

Marta Temido e Pedro Nuno Santos divergem. Ministra da Saúde recusa acabar com as limitações na lotação dos transportes

Marta Temido e Pedro Nuno Santos divergem. Ministra da Saúde recusa acabar com as limitações na lotação dos transportes
ANTÓNIO COTRIM/ Lusa

Possibilidade de acabar com as limitações na lotação dos transportes públicos foi equacionada pelo ministro Pedro Nuno Santos, em entrevista à TSF e ao "Dinheiro Vivo"

A ministra da Saúde afastou a possibilidade de, brevemente, as restrições de passageiros nos transportes públicos serem levantadas. Na habitual conferência de imprensa sobre o balanço da situação da pandemia em Portugal, Marta Temido justificou que os transportes públicos são “espaços fechados de difícil arejamento” e, ainda que haja estudos que mostram que não se pode estabelecer uma relação direta entre a sua utilização e o contágio pelo vírus, argumentou que “há um risco, por si só, no uso destes transportes”, logo a medida deve ser mantida, “tal como acontece em vários outros países”.

“Naturalmente que as recomendações das autoridades de saúde têm um caráter evolutivo, mas neste momento não vejo motivo para alterar o que está definido”, disse. “Temos de ter sobretudo a maior das cautelas na apreciação de quaisquer alternativas. Além de que essa é uma daquelas regras que outros países também estão a utilizar, pelo que temos de ter tudo isso em análise numa eventual alteração das medidas”, acrescentou.

A possibilidade de acabar com as limitações na lotação dos transportes públicos foi equacionada pelo ministro Pedro Nuno Santos, em entrevista à TSF e ao "Dinheiro Vivo". “Temos que equacionar isso [deixar cair os limites à lotação nos transportes públicos]”, afirmou o governante, acrescentando que Portugal “é dos poucos países da Europa com essa regra” e que a “maioria das capitais onde há uma intensidade de utilização de transportes urbanos maior do que em Lisboa não tem essa limitação”.

O ministro falou também dos vários estudos internacionais que, segundo afirmou, "vão mostrando que não é esse o problema” na disseminação do vírus e afirmou que, no caso da CP, apenas três dos seus dois mil trabalhadores que "estão diariamente" dentro de comboios ficaram infetados com o vírus. "Não estou a dizer que é totalmente seguro, o risco existe, mas acho que temos de deixar cair a regra da lotação máxima, caso contrário vamos ter sérios problemas de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa".

Além disso, explicou, é “impossível controlar ou impor os limites em vigor” em deslocações como as que são feitas ao longo da linha de Sintra. “O que temos de fazer é garantir que as pessoas usem máscara e a higienização dos comboios”, referiu.

Desde o início de maio, os transportes públicos estão obrigados a circular com lotação máxima de dois terços da sua capacidade e os passageiros estão obrigados a usar máscara e/ou viseira.

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