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Os dementes Devo na Netflix: como putos excêntricos do Ohio se tornaram heróis de culto do punk dos anos 70 e estrelas da MTV nos 80

Os Devo no arranque dos anos 80, por altura do álbum “Freedom of Choice”, do sucesso de vendas — o único — ‘Whip It’
Os Devo no arranque dos anos 80, por altura do álbum “Freedom of Choice”, do sucesso de vendas — o único — ‘Whip It’

Assinado por Chris Smith e simplesmente intitulado “Devo”, um documentário da Netflix acompanha a ascensão de uma das bandas mais delirantes da música popular dos últimos 50 anos, ao ‘serviço’ de teorias da involução (ou de-evolução). Se ‘Whip It’, em 1980, seria o único verdadeiro sucesso de vendas dos Devo, canções como ‘Jocko Homo’ e ‘Beautiful World’ surgem não como curiosidades bizarras, mas como críticas mordazes disfarçadas de música pop. E vermos hoje os vídeos da banda, com os seus desastrados cenários de cartão e coreografias espasmódicas, é percebermos que, muitas décadas antes, o grupo talvez tivesse antecipado a cultura do TikTok. Preparados para quase duas horas de sobrecarga sensorial?

​Uma montagem aluada de velhos filmes de arte granulados, máscaras de borracha e espetáculos (dizer ‘concertos’ seria impossivelmente generoso) em que uma hipotética banda parece metade genial e metade demente. É esta a porta que, subitamente, se escancara para nos permitir ser testemunhas da alucinação que parecia ser o modo de vida habitual dos Devo, criaturas que, desde o início, não se dedicavam exclusivamente à música: encenavam também performances absurdas que se diria concebidas durante um ensaio científico que não correu da melhor maneira.

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