Falámos com Chan Marshall, mulher que os melómanos conhecem como Cat Power, numa tarde de fevereiro. Na sua casa em Miami, na Florida, onde vive há 24 anos, uma artista das mais singulares da sua geração pede-nos desculpa repetidamente, enquanto tenta conciliar entrevistas e os múltiplos recados envolvendo o seu filho, Bo, de 9 anos. Há um amigo que esteve a tratar dele e a quem agradece, quando tem de se ir embora; reuniões e sessões de terapia para assistir; uns sapatos que Bo demora a escolher. “Deixe-me acalmar um pouco... Agora já consigo falar consigo”, diz-nos, cansada, depois de atados os nós possíveis. A 29 de junho, Cat Power regressa a Portugal com o espetáculo “Sings Dylan ’66”, no qual recria o histórico espetáculo do bardo norte-americano em Manchester, Inglaterra, há quase 60 anos. Ao longo de 45 minutos, discorreu sobre a importância da música de Dylan na sua vida, os traumas deixados por uma infância dura e a relação com Deus de uma mulher que aprendeu a ler com a Bíblia. Sempre livre, freewheelin’ Cat Power.
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