Entre os fãs da velha guarda dos Radiohead subsistirá uma divisão até aos dias de hoje: por um lado, uma fação que continua agarrada às guitarras de ‘Creep’, ‘Just’ ou mesmo ‘Paranoid Android’ e, por outro, aquela que se deixou conquistar pelos bips e blips de ‘Idioteque’ ou ‘Everything in Its Right Place’. À viragem eletrónica no díptico ‘Kid A’/‘Amnesiac’, álbuns editados em 2000 e 2001, precede a marcante experiência de Thom Yorke com o projeto UNKLE, de James Lavelle (fundador da editora Mo’Wax) e DJ Shadow, um namoro com o trip-hop que levou o líder da banda a ser vilipendiado por aqueles que se incluíam na primeira fação. As investidas eletrónicas de Yorke mantiveram-se ao longo do tempo, quer nos três discos a solo quer em profícuas colaborações com Burial, Four Tet ou Modeselektor, mas nunca tinha assinado um disco em total colaboração com um produtor: “Tall Tales” veio mudar isso.
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