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Mísia (1955-2024): o “animal sentimental” que cantou como viveu

Mísia
Mísia

Intérprete inovadora, deu voz a grandes poetas, inventou uma nova imagem fadista, cantou Amália e correu mundo sempre com olhos postos no futuro. Deixou-nos no passado sábado aos 69 anos

Em 1991, quando o primeiro álbum de Mísia foi lançado, o fado era uma música diferente, conservadora, atrofiada por regras autoimpostas, incapaz de olhar para lá de uma monolítica tradição. Mas a cantora tinha outras ideias. A ruptura era anunciada logo na capa, na qual a sua imagem impunha uma clara diferença – bem mais próxima de um exótico ícone de moda do que o “triste fado chorado” poderia desejar. Se o fado entretanto se transformou radicalmente, arrumando o passado num museu, reclamando atenção do mundo após a classificação da UNESCO que lhe conferiu estatuto de Património Imaterial Universal e abrindo-se a novas gerações que substituíram imutabilidade por transformação, é justo que a Mísia se atribua algum do arrojo que permitiu que o género chegasse a 2024 aberto à imaginação.

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