O jornal norueguês “VG” avança que seis países concorrentes à edição deste ano do Festival da Eurovisão ameaçaram boicotar a final do festival da Eurovisão 2024, que teve lugar no passado dia 11, em Malmö (Suécia). Entre eles, estaria Portugal.
Segundo o “VG”, Portugal (representado por ‘Grito’, de Iolanda, que ficaria em 10º lugar no concurso), Suíça (que, com Nemo, seria o vencedor), República da Irlanda, Grécia, Noruega e Reino Unido teriam ameaçado retirar-se do festival cerca de 25 minutos antes do início da final. O jornal cita declarações de Magnus Børmark, guitarrista dos noruegueses Gåte, que garante que o grupo - que ficou no último lugar, com apenas 16 pontos - ponderou desistir “até ao último minuto”. “Queríamos reagir ao facto de Israel estar a usar o festival da Eurovisão como ferramenta política”, continuou. “Não queríamos participar na Eurovisão [UER] para sermos usados na máquina de propaganda de guerra de Israel”. “Sentimos que havia regras para Israel, e regras para todos os outros”, lamentou. Recorde-se que o dia da final foi marcado por pedidos de uma reunião de emergência, inclusive por parte da delegação portuguesa, tendo o gabinete de crise da UER estado reunido a poucas horas da final do concurso.
Porém, contactada pela BLITZ, Rita Barradas, diretora da Think Out Loud, agência que representa Iolanda, desmente que a desistência da concorrente portuguesa no dia da final tenha sido uma possibilidade. “No que diz respeito a Portugal, nunca esteve em causa desistirmos do concurso, ou termos falado com a UER nesse sentido”, afirma, “muito menos a 25 minutos do inicio do espetáculo”. Rita Barradas salienta ainda que “houve muitas questões controversas nesta edição”, mas “nunca a desistência de Portugal, no dia da final”, foi posta em cima da mesa.
Também a ERT, estação pública grega, desmentiu que tenha sido planeado um boicote à final por parte da concorrente Marina Satti. “O ‘VG’ publicou uma notícia incorreta, pelo menos no que à Grécia diz respeito”, afirmou, em comunicado.
Recorde-se que a RTP pediu esclarecimentos à Eurovisão logo após a final do concurso, estando em causa o facto de o vídeo da performance de Iolanda ter tardado a ser publicado na página oficial e nas redes sociais da Eurovisão. A artista portuguesa apresentou-se, em palco, com as unhas pintadas com o padrão de um keffiyah, um lenço tradicional palestiniano.
A presença de Israel na edição deste ano da Eurovisão esteve sempre envolta em polémica, devido à guerra em Gaza, com países como a Islândia a ameaçarem, ainda antes do festival, boicotarem o mesmo. Vários representantes queixaram-se, ainda, de tentativas de intimidação por parte da delegação israelita, já no concurso.
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