Fevereiro está no fim e o sol brilha sobre as ruas, sujas e esconsas, do Bairro Alto. À porta da casa de fado Café Luso, Sara Correia posa para a reportagem do Expresso, a meio de um périplo pelos poisos de Lisboa onde começou a cantar. A nossa jornada arranca em Alfama, para onde foi viver mal teve autorização da mãe — tinha 17 anos — e traz-nos agora até ao Bairro Alto, onde chegou a cantar 20 fados por noite, até perceber que estava a abusar dos seus limites. “Deus me perdoe, que eu não tinha saúde para aquilo!”, atira a fadista de Chelas, falando alto e desempoeiradamente enquanto lhe tiram o retrato. Do outro lado da rua, um guia partilha com um pequeno grupo de turistas a sua breve, e personalizada, história do fado. “A Carminho é incrível”, diz-lhes, num inglês escorreito. “Até cantou com os Coldplay...” Uma série de fotos depois, Sara Correia desce a rua e chama a atenção do rapaz, que a reconhece e prontamente a apresenta aos turistas. “É uma cantora nova de fado!”, resume, lançando depois um piropo à ‘novata’, que canta desde os nove anos: “Adoro a sua música, ‘Chelas’!”
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