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Há 30 anos, os Underworld mudavam tudo com “Dubnobasswithmyheadman”: como uma banda até aí irrelevante revolucionou a música de dança

Underworld nos anos 90
Underworld nos anos 90
Getty Images

A 24 de janeiro de 1994, os Underworld editavam “Dubnobasswithmyheadman”, marco da música de dança. Até aí, ninguém ‘dava nada’ por Karl Hyde e Rick Smith, que desde os anos 80 tinham a carreira estagnada. Virando antenas para a ‘revolução’ eletrónica, um novo álbum colocava-os, inesperadamente, à frente da ‘nova ordem’ com um cozinhado aditivo que, pouco depois, se tornaria global ao ritmo de ‘lager, lager, lager, lager’ e à boleia do filme “Trainspotting”: o caminho estava aberto

“Dubnobasswithmyheadman”: pode parecer estranho, mas, para alguém que estivesse ainda na primeira metade dos “vintes”, em 1994, essa colagem oblíqua usada no título do álbum que marcava o renascimento de uma banda chamada Underworld funcionava como uma espécie de código. Era um vórtice simbólico, um chamamento para o centro de uma utópica pista de dança, um irrecusável convite para ceder ao abandono, que advém da tentativa de traduzir em movimentos físicos repetitivos aquilo que se escuta debitado por colunas de som de grande porte, num clube de iluminação intermitente onde outros corpos oscilam em perfeita sintonia. “Dubnobasswithmyheadman”. “Nãomelixesacabeçapá”. “Deixa-meafundarnesteoceanodegraves”. Ou, ainda: “libertaamenteerende-teaosom”. Código, de facto. E era preciso ter transitado da adolescência para os alvores da idade adulta, durante a década de 80 do século passado, para ser capaz de o entender. Editado a 24 de janeiro de 1994, “Dubnobasswithmyheadman” foi saudado como um triunfo.

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