Mais do que um concerto, um abraço de grupo e uma sessão de terapia coletiva: assim foi o regresso de Florence and the Machine a Portugal, esta sexta-feira, para um espetáculo apoteótico e especialmente emotivo, no segundo dia do MEO Kalorama, em Lisboa. Após ultrapassar, recentemente, um problema de saúde grave que a obrigou a cancelar alguns concertos, Florence Welch - uma leoa em palco - mostrou, como sempre, que não faz as coisas pela metade, logrando um equilíbrio prodigioso entre a intensidade extrema e uma elegância que evita que toda esta entrega resvale para o domínio da caricatura. Esta noite, a artista inglesa, que no início desta semana celebrou 37 primaveras, não se cansou de dançar, mas também de agradecer ao público pelo amor, pela energia e pelo apoio ao longo dos últimos 15 anos. “Gostava de ter alguém para me segurar na mão durante todo o concerto”, confessou a certa altura, chamando a palco a amiga Ethel Cain, em cujo concerto aparecera, de surpresa, durante a tarde. E, no dueto em ‘Morning Elvis’, a beleza da cumplicidade baixou sobre o palco ornamentado onde, durante hora e meia, Florence foi rainha.
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