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Bilhetes para o NOS Alive põem Isaltino Morais e deputada municipal da Iniciativa Liberal a discutir

Da Weasel no NOS Alive 2022
Da Weasel no NOS Alive 2022
Rita Carmo

Mariana Leitão, da IL, critica oferta de bilhetes para o festival NOS Alive por parte da Câmara de Oeiras a deputados que decidem sobre “isenções e apoios” a eventos. Isaltino Morais responde que os bilhetes são sorteados e “saem a quem calhar”

Tal como tinha feito no ano passado, Mariana Leitão, deputada municipal da Iniciativa Liberal em Oeiras, voltou a criticar a oferta de bilhetes para o festival NOS Alive, que arranca esta quinta-feira, e concertos realizados no Passeio Marítimo de Algés aos deputados que votam e aprovam isenções de taxas e apoios aos eventos.

“Acho errado e digo-o com todas as letras, sem qualquer pudor”, defendeu a deputada municipal, “é errado deputados municipais, ou pessoas que tenham funções em que têm de tomar decisões sobre os assuntos, receberem qualquer tipo de oferenda, benesse, o que quer que seja, das entidades sobre as quais têm de tomar decisões. É errado, seja aqui seja em qualquer outro lugar”.

Antes destas declarações, Mariana Leitão já tinha chamado à atenção para as diferenças de tratamento entre os grandes promotores de espetáculos, nomeadamente apoios logísticos e comparticipações financeiras, e os pequenos comerciantes, que foram obrigados a pagar taxas nas festas de Oeiras: “Não posso deixar de salientar o seguinte: temos quatro concertos, Harry Styles, The Weeknd, Maroon 5 e Def Leppard que vão receber uma comparticipação financeira de 250 mil euros. Além disso, vem a esta assembleia municipal o pedido de isenção das taxas”.

As declarações, proferidas numa reunião da assembleia municipal, e as reações de Isaltino Morais, presidente da câmara de Oeiras, e de deputados do PSD e INOV, registadas em vídeo, foram partilhadas pela Iniciativa Liberal no Twitter. O partido político partilhou, também, fotografias dos bilhetes para o NOS Alive enviados por Isaltino Morais aos deputados.

Isaltino Morais insurgiu-se contra as palavras de Mariana Leitão, dizendo que a autarquia sorteia mais de 3 mil bilhetes, que “saem a quem calhar”, e que a deputada pode “votar contra” a atribuição de isenções fiscais aos eventos.

Jorge Pracana, do PSD, apontou o dedo à deputada, defendendo que “duvidar da seriedade e da independência dos atores políticos é meio caminho para a morte da democracia” e acrescentando: “como se fosse possível nesta assembleia alguns dos deputados votarem em função do que quer que seja, nomeadamente de um simples bilhete para ainda por cima a plateia em pé, ali, no meio de milhares de pessoas. Não há lugar especial, não há nada”.

Por seu lado, João Viegas, do INOV, declarou: “Como estou aqui a votar, não posso aceitar as entradas? Isso chama-se moralismo (…) os deputados têm duas entradas, porque é costume em todas as Câmaras, em todo o lado”.

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