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Tudo é mais fácil para os Pearl Jam do que para as mulheres na música: o ensaio de Courtney Love no “The Guardian”

Courtney Love
Courtney Love
Edward Berthelot/Getty Images

Courtney Love critica fortemente a forma como as mulheres são encaradas na música, não poupando o Rock and Roll Hall of Fame e citando os Pearl Jam como exemplo das desigualdades

Courtney Love escreveu um longo ensaio no jornal britânico “The Guardian” sobre a forma desigual como as mulheres são encaradas no mundo da música, especialmente as que se dedicam ao rock, mas não só. O texto surge a propósito do diminuto número de mulheres que entraram para o Rock and Roll Hall of Fame ao longo dos anos, quando comparando com o número de homens.

Não poupando nas críticas ao Hall of Fame, a artista norte-americana chega mesmo a citar os Pearl Jam para fazer uma comparação: “A barra está visivelmente mais baixa para os homens saltarem por cima dela (ou deslizarem por baixo). O Rock Hall reconheceu os Pearl Jam uns quatro segundos depois de eles se tornarem elegíveis – por outro lado, a Chaka Khan, elegível desde 2003, vai definhando com sete nomeações”.

Love enumera também uma série de mulheres que demoraram a ser reconhecidas pelo Rock and Roll Hall of Fame – casos de Nina Simone, Tina Turner ou Sister Rosetta – e fala do caso específico de Kate Bush, que está novamente nomeada este ano, ao lado de artistas como Sheryl Crow, Missy Elliott, Cyndi Lauper ou Meg White, pelos White Stripes – concorrendo com, entre outros, os Iron Maiden, Joy Division/New Order e Rage Against the Machine.

“Se tão poucas mulheres entram para o Rock Hall, então o comité de nomeação está corrompido. Se tão poucos artistas negros, tão poucas mulheres negras entram, então o processo de votação tem de ser revisto”, conclui Love, “se o Rock Hall não está disposto a olhar para a forma como replica a violência do racismo e sexismo estruturais que os artistas enfrentam na indústria musical e não consegue honrar o que artistas mulheres visionárias criaram, inovaram, revolucionaram e contribuíram para a música popular, então que vá para o inferno numa mala de mão”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: blitz@impresa.pt

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