
Na reta final de 2022, recordamos os melhores álbuns portugueses do ano para a equipa da BLITZ. Em quarto lugar está “Ocupação”, a estreia de Fado Bicha, um foguetão de canções íntimas e políticas, de tradição e desafio
Na reta final de 2022, recordamos os melhores álbuns portugueses do ano para a equipa da BLITZ. Em quarto lugar está “Ocupação”, a estreia de Fado Bicha, um foguetão de canções íntimas e políticas, de tradição e desafio
“Não podemos deixar o passado de fora, até porque ele vive dentro de nós.” Por mais que olhemos para o álbum de estreia da dupla Fado Bicha como um exercício de rutura — de rutura com o silêncio, acima de tudo —, torna-se impossível negar a tradição e a história que carrega em si. Uma história mal contada e uma tradição que teima em excluir em vez de abraçar. Tudo isto é triste, tudo isto é fado. Talvez seja, mas tudo isto é também importante e vive bem para lá do fado. Há muito de admirável em “Ocupação”, mas aquilo que sobressai é a forma como Lila Fadista e João Caçador conseguiram encontrar uma linguagem própria, enraizada no caos, que entre o músculo panfletário e uma sensibilidade à flor da pele nasce para emprestar uma voz à comunidade LGBTQIA+, silenciada e arredada, ano após ano após ano.
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