A propósito da edição do seu novo livro, “Arquibaldo”, Carlos Tê, que é conhecido no mundo da música sobretudo graças à longa parceria com Rui Veloso, lembrou a génese de ‘Chico Fininho', canção que escreveu em 1977, “ainda antes de conhecer o Rui”.
Em entrevista ao “Diário de Notícias”, conta: “Quando o conheci, entre 20 letras que lhe entreguei em inglês, ia essa, em português. Ele faz uma versão a sério e é essa que chega à [editora] Valentim de Carvalho. Que nos disse: ‘Façam nove iguais a esta e temos um disco’”.
Confessando que o sucesso da canção de 1980 foi uma surpresa, Carlos Tê, que na altura trabalhava “numa loja de interruptores e lâmpadas”, fala ainda sobre as personagens do Porto que terão inspirado a canção: “O Chico Fininho é do tempo em que as drogas pesadas ainda não tinham entrado em força nos bairros. Sabia quem era Lou Reed, usava sapatos bicudos, enfim, era um freak com alguma dignidade. Dez anos depois, o Chico Fininho era um arrumador completamente arrasado, sem noção alguma. A chegada da droga pesada, sobretudo da heroína, aos bairros foi devastadora. No Porto, foi brutal.”
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