15 outubro 2022 22:02

Ao cabo de quase 20 discos de originais, a estrela de Bill Callahan não se apaga, antes parece brilhar com mais intensidade. “ytilaeR” (sim, é “Reality” ao contrário) é prova disso
15 outubro 2022 22:02
Há 30 anos que Bill Callahan esculpe canções com recurso a dois grandes instrumentos: a sua voz, grave e imperturbável, e as palavras que a mesma transporta, dotadas de igual força telúrica. Primeiro enquanto Smog, depois com o seu nome de batismo, o cidadão que o estado norte-americano de Maryland viu nascer há 56 primaveras nunca exagerou nos condimentos, optando sempre por uma versão ascética do songwriting: nos clássicos da sua longa lavra, como ‘Dress Sexy For My Funeral’ ou ‘Too Many Birds’, não há nada a mais. Nada de instrumentos supérfluos, arranjos extravagantes ou convidados especiais só para abrilhantar a ficha técnica. Bill Callahan é ele mesmo, um portento de musicalidade poética, em cujos discos (e já lá vão 19, se contarmos com a colaboração de 2021 com Bonnie “Prince” Billy) não há nada a mais, mas também nada a menos. Callahan, a sua voz e a sua pena, bastam-se a si mesmos, com um brilhantismo pouco comparável a qualquer contemporâneo.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.