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Da Holanda para Paredes de Coura com amor: a festa dos Arp Frique & Family é um globo terreste a dançar com toda a gente

No palco secundário do festival Vodafone Paredes de Coura, depois da eletrónica de Kelly Lee Owens no principal, o holandês Niels Nieuborg e sua comandita ofereceram uma festa de afrobeat, psicadelismo e world music. Os meninos e as meninas de Paredes de Coura dançaram com gosto

Da Holanda para Paredes de Coura com amor: a festa dos Arp Frique & Family é um globo terreste a dançar com toda a gente

Lia Pereira

Jornalista

Da Holanda para Paredes de Coura com amor: a festa dos Arp Frique & Family é um globo terreste a dançar com toda a gente

Rita Carmo

Fotojornalista

Enquanto ali ao lado Kelly Lee Owens, do País de Gales, abre a pista de dança logo a seguir ao jantar, no palco Vodafone FM o holandês Niels Nieuborg e sua comandita oferecem uma festa de todas as cores do psicadelismo. Com um batismo que reflete a paixão do produtor pelos sintetizadores vintage e pelo disco sound de bandas como os Chic, os magos de 'Le Freak', os Arp Frique & Family surgem em palco, pouco depois da hora marcada, com seis músicos. O que se seguiu foi uma fusão em tempo real de afrobeat, eletrónica, psicadelismo, funk e muita world music, com uma predileção pelo continente africano (em 2019, Nieuborg, aka Arp Frique, lançou "Radio Verde", uma compilação de pérolas de Cabo Verde, em colaboração com o músico daquele arquipélago, Américo Brito.)

Ao longo de cerca de uma hora, que Arp Frique disse não querer desperdiçar com demasiada conversa, a banda - na qual se destaca Mariseya, poderosa vocalista de voz quente e cheia de alma - passou por vários temas do seu mais recente trabalho, "The Seed" (2021). Canções vibrantes como 'Nyame' ou 'Paa' colocaram o público, muito numeroso e animado, a dançar (e, no caso de um espectador mais militante, a abanar no ar, ao ritmo frenético da música, um cachecol de Cabo Verde). Com recurso a uma profusão de sintetizadores, mais bateria, guitarra e baixo, o grupo viaja pelo mundo e faz com que ele pareça pequeno e unido numa mesma missão, hedonista e celebratória.

Junto à banca de merchandising, há pelo menos tanta curiosidade pelas t-shirts e camisolas do próprio festival como pelas das bandas, prova do apreço dos melómanos pelo evento e seu conceito, do qual a vontade de descobrir nova música, de diferentes cantos do mundo, é parte integrante. A festa incrível em que descambou o concerto de Arp Frique & Family, com foliões a transbordar da tenda, é dessa paixão um exemplo. Falta um dia para o adeus a Paredes de Coura e já sentimos uma pitada de saudade.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: LIPereira@blitz.impresa.pt

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