Professor da Faculdade de Economia do Porto e da Porto Business School
Doutorado em Contabilidade e Finanças, investigador em “contabilidade criativa”. Professor da Faculdade de Economia do Porto e da Porto Business School. O OBEGEF é uma associação, sem fins lucrativos, para a aquisição de novos saberes sobre a fraude e a corrupção, contribuindo, pela formação e informação, para a sua deteção e prevenção.
A narrativa do Governo refere que não se podem aumentar demasiado os salários sob pena de se alimentarem as tensões inflacionistas. Porém, é ele mesmo que pega em milhares de milhões de euros e atribui subsídios “a torto e a direito”, subsídios para quase tudo
A dívida pública deveria ser para todos os cidadãos o mais transparente de todos os assuntos da governação pública, independente do respetivo grau de literacia financeira. Cada um deveria ter presente que, tal como nas respetivas vidas pessoais, a dívida é a espada de Dâmocles que condiciona a existência coletiva do país
A pequena dúvida sobre o verdadeiro caráter dos governantes terá sido reduzida a cinzas depois do recente caso de um ex-ministro e atual deputado na Assembleia da República que, depois de uma encenação em vários atos, para mostrar que era alheio ao que se passara na TAP aquando da atribuição de uma indemnização a uma administradora despedida, veio assumir que mentiu
A respeito de estatísticas, há uma piada que refere que “os números mostram sempre o que se pretende, desde que sejam convenientemente torturados”. Porém, às vezes nem é necessário torturá-los, bastando, para obter o mesmo efeito, sonegar aos destinatários uma qualquer peça de informação que se afigure importante para a contextualização dos mesmos. E o milagre acontece, o que é mau transforma-se em bom ou, no mínimo, parece razoável
Num passado não muito distante, o excesso de retenção de imposto era remunerado pelo Estado, como reconhecimento de que é uma forma de financiamento dos gastos públicos e, por isso, tal como a dívida pública formal, deveria ser remunerada. Ninguém se indignou que essa remuneração tivesse desaparecido, nem que o Governo, anualmente, continuasse a reter imposto em excesso, sem o consentimento de cada contribuinte
Não se sabe, objetivamente, a quem devem ser assacados os créditos pelo desenho da recente decisão governamental de antecipar “meia pensão” aos reformados. Em termos de criatividade, foi “jogada de mestre”, daquelas em que uma simples ação permite resolver vários problemas ao mesmo tempo
Como é que se pode combater o cibercrime se não se conhece tempestivamente a real dimensão do fenómeno, como ocorre, onde ocorre, quando ocorre, em que montantes ocorre? Nestas condições não parece ser possível efetuar um combate eficaz
Porque é que confiamos nos defraudadores, até mesmo quando, nalguns casos, já há provas de que algo está mal? O investigador José António C. Moreira escreve sobre o assunto, neste espaço semanal a cargo do Observatório de Gestão da Fraude
Com o caso dos ucranianos recebidos por russos em Setúbal ficou claro, mais uma vez, que a coisa pública está a funcionar em “roda livre”. Para que serve uma Administração Pública tão pesada e onerosa? Porquê tantos para tão parcos resultados? Duas questões abordadas pelo professor de Economia da Universidade do Porto José António Moreira neste espaço semanal a cargo do Observatório de Gestão da Fraude
Já antes da invasão da Ucrânia, o preço dos combustíveis vinha aumentando. A exemplo de muitos outros bens. Era, no entanto, pelas repercussões na cadeia produtiva e de transportes, o que mais visibilidade tinha. A guerra veio exponenciar esse crescimento, abrindo a caixa de Pandora dos aumentos dos preços. As pressões latentes fizeram o resto