Autárquicas 2017

Passos Coelho admite sair da liderança

Passos Coelho admite sair da liderança
Luís Barra

Resultados abaixo das piores previsões obriga Passos a uma "reflexão pessoal" sobre o seu futuro político. Não se demite, mas vai ponderar se se recandidata. Sair "é uma hipótese, com certeza"

Passos Coelho admite sair da liderança

Filipe Santos Costa

Jornalista da secção Política

Pedro Passos Coelho admite deixar a liderança do PSD, depois do pior resultado autárquico da história do partido. Numa declaração ao fim da noite, quando já era óbvio que o PS tem um resultado histórico pela positiva, e o PSD fica ainda abaixo do que conseguiu em 2013, Passos anunciou que vai fazer uma "reflexão pessoal" sobre o seu futuro político. Não se recandidatar nas próximas diretas "é uma hipótese, com certeza".

"Não gosto de fugir às minhas responsabilidades", afirmou Passos, apesar de ter passado toda a campanha a jurar que não retiraria conclusões nacionais do resultado autárquico, nem estas eleições seriam razão para se "por ao fresco". Mas, com menos câmaras do que em 2013, e todos os indicadores abaixo das piores previsões das últimas semanas, "evidentemente há sempre leituras e responsabilidades nacionais".

Passos garante que, formalmente, vai cumprir a sua palavra de não se demitir, mas, estando em final de mandato, poderá sair à mesma, não se recandidatando. Há Conselho Nacional na terça-feira, mas o ainda líder laranja não esclareceu se terá uma resposta para dar aos conselheiros - muitos dos quais, sabe o Expresso, se preparam para exigir a sua saída de cena. "Comunicarei a minha reflexão logo que for oportuno, e não costumo demorar muito tempo", foi a única resposta que deu sobre os seus timings.

Questionado sobre a possibilidade de precipitar os calendários, para fazer diretas e congresso mais cedo do que estava previsto, Passos recusou. "O calendário natural é o calendário adequado".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: FSCosta@expresso.impresa.pt

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