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1999: as promessas que o euro falhou

Os euros substituíram os escudos republicanos. A conversão causou vários choques
Os euros substituíram os escudos republicanos. A conversão causou vários choques
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MDepois de quase nove décadas a viver com cifrões, a economia entrou num novo regime, que criou mais dívida e mais afastamento da média

A 1 de janeiro de 1999 a nossa vida mudou, ainda que o euro fosse então “invisível”. A moeda única, que enterrava o escudo criado em 1911 pela República, começava por ser usada como moeda escritural, utilizada para efeitos contabilísticos e para pagamentos eletrónicos, e apareceu junto dos consumidores com a dupla afixação de preços (em escudos, em cifrões, e em euros, com o novo símbolo €) para criar habituação.

Basicamente, para o cidadão com alguma literacia era mais para fazer contas de cabeça. As notas e moedas físicas de euro só entrariam na nossa vida diária em janeiro de 2002, mas o choque psicológico foi imediato três anos antes. Uma nota de mil escudos (um conto, como se dizia) com a cara de Pedro Álvares Cabral, que oficializou em 1500 o Brasil como estando na esfera geopolítica da expansão portuguesa, não se conseguiria trocar sequer pela nota mais baixa (cinco euros) do novo sistema monetário.

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