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Da Grundig à Bosch: Como se ergueu o primeiro subúrbio industrial de Braga?

Da Grundig à Bosch: Como se ergueu o primeiro subúrbio industrial de Braga?
D.R.

Ferreiros era uma terra sem interesse, de campos inundados pelo Este, rio que atravessa a cidade de Braga, quando em 1964, o jovem Max Grundig, industrial próspero alemão, conseguiu o aval da Junta para a compra de um lote de terrenos que formaram o maior complexo industrial de Braga

Tomás Guerreiro

Milhares de trabalhadores entram ao serviço, diariamente, pela rua Max Grundig na plataforma industrial de Ferreiros, operada por três multinacionais: a Bosch, a APTIV e a FEHST. “A unidade da Bosch, em Braga, é a maior do grupo em Portugal, com cerca de 3.700 colaboradores”, explica Nathalia Pessôa, diretora de marca, ao Expresso. As outras produções empregam cerca de mil pessoas. Esta empresa é das quatro maiores exportadoras no país e uma das principais empregadoras na região. Fechou o ano fiscal de 2022, com as receitas a atingirem os dois mil milhões de euros, mais 17% do que no ano anterior.

“A Bosch contribui ativamente para o desenvolvimento económico, é um dos maiores empregadores no concelho e dinamiza projetos de inovação com a Universidade do Minho e o Instituto de Nanotecnologia. Estas entidades têm criado conhecimento crítico, aumentando a competitividade e atraído mão-de-obra altamente qualificada para Braga e novos negócios para o país”, destaca Nathalia.

Antes das três empresas disputarem a área do complexo industrial, apenas uma empregava um brutal corpo de trabalhadores. Ferreiros era uma “aldeola a escassos quatro quilómetros de Braga”, quando, “em 1965, um senhor chamado Grundig surge a pedir informações para a construção de uma fábrica”, conta João Costa, presidente da Junta de Freguesia durante 25 anos. Nessas décadas, o Estado Novo esforçava-se para aceder aos auxílios económicos internacionais lançados no pós-II Guerra Mundial e foi obrigado a liberalizar a economia, nomeadamente o investimento privado na indústria.

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