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Arte contemporânea volta a invadir Elvas em 2024: “Queremos tornar os museus divertidos”, diz António Cachola

Arte contemporânea volta a invadir Elvas em 2024: “Queremos tornar os museus divertidos”, diz António Cachola
Nuno Fox

O museu que é a casa da coleção de arte contemporânea de António Cachola acaba de celebrar em grande os 15 anos e já prepara a festa da arte contemporânea para 2024. Vai chamar-se MACElvas e quer ganhar públicos, sem preconceitos, voltando a sair de portas pela cidade

Marina Almeida

Começar pelo futuro é algo que agrada a António Cachola. Há 30 anos quando começou a colecionar arte contemporânea, arriscou comprar trabalhos de jovens artistas que ainda ninguém conhecia. Também soube desde logo que não estava só a fazer uma coleção, mas a construir um museu – o MACE, Museu de Arte Contemporânea de Elvas, que abriu as portas em 2017. Por isso, António e a filha Ana Cristina, curadora independente, acabam de festejar os 15 anos do MACE e já planeiam uma nova ambiciosa iniciativa para 2024. Chamaram-lhe MACElvas - festa da arte contemporânea, juntando numa designação o museu e a cidade território onde vêm fazendo revoluções.

“Em 2024 vai ser festa e de que maneira”, entusiasma-se António Cachola. “Vai ser um projeto cuja denominação vai juntar o museu e a cidade MACElvas 2024”, revela. A ideia de António e de Ana Cristina Cachola é abrir portas. “Os museus têm de ser mais amigáveis. Temos de tentar ultrapassar estas questões de forma a tornar os museus mais divertidos e daí que queremos que a assinatura do MACElvas seja a festa da arte contemporânea precisamente para podemos posicionar-nos no domínio da festa, das coisas agradáveis”, diz António. Se durante o verão de 2022, nos festejos dos 15 anos, o museu já se alastrara, convidando ainda outras coleções privadas de arte, mostrando-se em espaços diversos da cidade – alguns deles bastante improváveis, como a sede do clube de futebol -, daqui a dois anos irá irradiar ainda mais, em novos locais.

“Temos de arranjar espaços a uma walking distance do museu”, diz o pai.

“Não contes já tudo, é surpresa”, interrompe a filha.

“A cidade vai ser mais ocupada, mais invadida, por estes projetos”

“Vai haver mais espaços que irão sendo alargados de forma concêntrica em relação ao museu, e a cidade vai ser mais ocupada, mais invadida, por estes projetos. A cidade vai estar ainda mais envolvida do que esteve”, adianta António Cachola.

Para já, nos próximos meses, as paredes do MACE estão habitadas pela fotografia da coleção. A exposição Contravisões, com curadoria de Sérgio Mah, desdobra-se em duas partes. A primeira apresenta-se até 18 de junho, com obras de 26 artistas, entre os quais António Júlio Duarte, Daniel Blaufuks ou Fernanda Fragateiro. E um expressivo conjunto de fotografias de Jorge Molder da série Anatomia e Boxe (1996/97). “É primeira exposição da Coleção António Cachola centrada num meio de expressão artística”, escreve o curador no texto de boas vindas. A segunda parte das Contravisões inaugura a 30 de junho.

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