A população tem feito os possíveis para se proteger das altas temperaturas, que afetam sobretudo as regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, mas tem sido difícil. Esta vaga de calor no Brasil, causada pelas alterações climáticas, é considerada “sem precedentes”
O Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (INMET) prolongou até sexta-feira o alerta vermelho que vigora desde segunda-feira, devido às altas temperaturas que afetam especialmente as regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.
O Rio de Janeiro registou no domingo a temperatura mais elevada do ano: 42,5°C. Na zona oeste da cidade, a sensação térmica chegou a 52,7 °C na segunda-feira, divulgou o sistema Alerta Rio. Segundo a Reuters, esta sensação chegou mesmo a atingir cerca de 58,5ºC no Rio de Janeiro e noutras cidades, na terça-feira (14).
O INMET emitiu também alertas vermelhos de calor para várias regiões do país para esta quarta-feira (15).
As previsões apontam para que nesta semana e na próxima as temperaturas ultrapassem as médias históricas de valores máximos em todas as regiões do país.
Em entrevista à Reuters, o meteorologista Caetano Mancini explica que a vaga de calor no Brasil está associada ao El Niño que se "tem observado especialmente desde os meses de junho e julho e se tem intensificado, estando agora a atingir o seu auge".
As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro têm sido as mais afetadas. Esta é a quarta vaga de calor a atingir o Brasil este ano, sendo a mais intensa devido ao fenómeno El Niño e ao aquecimento global, de acordo com os especialistas.
Nas praias do Rio de Janeiro, são muitos os que procuram a água para se refrescarem. A reportagem da Reuters recolheu depoimentos de banhistas que falam da forma como estão a lidar com o calor e das dificuldades em enfrentar a elevada sensação térmica.
Apesar da população de várias regiões do Brasil já estar habituada às altas temperaturas durante o mês de novembro, as autoridades recomendam especial cuidado nesta situação considerada particularmente perigosa devido à sua intensidade.
