A isoterma de zero graus – a altitude a que a temperatura desce além deste número – atingiu um novo máximo na noite de domingo para segunda-feira: 5.298 metros. O valor foi registado por um balão meteorológico que voou de Payerne, na Suíça, e constitui um recorde desde o início das medições, em 1954, segundo o MétéoSuisse, serviço de meteorologia suíço.
Os balões são lançados duas vezes por dia e, à medida que sobem, medem os perfis de temperatura, humidade e vento. O anterior máximo da isoterma de zero graus datava apenas de julho do ano passado: 5.184 metros. Em média, entre 1991 e 2020, o valor foi de 2.570 metros, com variações de 1.000 a 2.000 metros no inverno e 3.000 a 4.000 no verão.
A esta altitude, “não existem diferenças entre o dia e a noite relacionadas com a radiação solar”, por isso, “não é de estranhar que a isoterma de zero graus mais elevada possa ocorrer a meio da noite durante uma determinada situação meteorológica”, explica o organismo.
A isoterma de zero graus afeta, por exemplo, o desenvolvimento da vegetação, a queda de neve e o ciclo da água, “influenciando decisivamente os espaços de vida das pessoas, dos animais e das plantas”. Além disso, desempenha um papel fundamental na previsão meteorológica.
Ainda de acordo com o MétéoSuisse, o aumento deste valor tem vindo a acelerar nas últimas décadas. A justificação para a subida está nas alterações climáticas causadas pela ação humana. Um fenómeno que torna as ondas de calor mais frequentes, como tem vindo a acontecer na Europa, por exemplo, onde as últimas semanas têm sido marcadas por temperaturas muito elevadas e incêndios florestais devastadores.
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