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A reinvenção de Berlim: a capital da Alemanha assume-se como uma das cidades mais sustentáveis do mundo

Renovação Tempelhof, o antigo aeroporto de Berlim, está hoje transformado no maior parque urbano do mundo, com 380 hectares de área
Renovação Tempelhof, o antigo aeroporto de Berlim, está hoje transformado no maior parque urbano do mundo, com 380 hectares de área

Vastas extensões de zonas verdes e parques, um eficaz serviço de transportes públicos com mais de 1500 autocarros elétricos, quilométricas vias cicláveis, o combate ao desperdício, a utilização consistente de energias renováveis e a reutilização de edifícios transformaram a cidade. Mas é um mar onde não há só rosas

Valdemar Cruz, em Berlim

A

lgures durante o ano de 1928, o aeroporto de Tempelhof, em Berlim, inaugurado em 1923 e desde 1926 base de operações para a companhia de aviação então denominada Luft Hansa, acolhe um daqueles acontecimentos capazes de arrastar multidões. Pelo espanto contido na novidade. Pela ousadia de quem se dispõe a desafiar as leis da gravidade. As viagens aéreas não constituíam uma absoluta originalidade, e para o provar aí está, já em 1709, o padre Bartolomeu de Gusmão, uma das raras personagens reais de “Memorial do Convento”, de José Saramago. Acolitado por Baltasar e Blimunda, constrói a sua Passarola, com desastrosas consequências inquisitoriais para o padre e para Baltasar. Naquele final dos anos de 1920, numa Berlim frenética onde tudo parecia acontecer, o alvoroço em Tempelhof é provocado pela aterragem, após sobrevoo da cidade, do gigantesco LZ 127, nascido na fábrica criada pelo conde Ferdinand von Zeppellin (1838-1917). Antes, no dia 20 de maio de 1927, o aviador Charles Lindbergh (EUA) realizara o primeiro voo transatlântico da história, solitário e sem escalas, entre Nova Iorque e Paris. Porém, o “Graf Zeppellin”, como se tornaria conhecido o mais famoso dos zepelins, vai oferecer o primeiro serviço transatlântico de passageiros, no dia 18 de setembro de 1928, quando liga Frankfurt a Nova Iorque em 112 horas.

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