A
lgures durante o ano de 1928, o aeroporto de Tempelhof, em Berlim, inaugurado em 1923 e desde 1926 base de operações para a companhia de aviação então denominada Luft Hansa, acolhe um daqueles acontecimentos capazes de arrastar multidões. Pelo espanto contido na novidade. Pela ousadia de quem se dispõe a desafiar as leis da gravidade. As viagens aéreas não constituíam uma absoluta originalidade, e para o provar aí está, já em 1709, o padre Bartolomeu de Gusmão, uma das raras personagens reais de “Memorial do Convento”, de José Saramago. Acolitado por Baltasar e Blimunda, constrói a sua Passarola, com desastrosas consequências inquisitoriais para o padre e para Baltasar. Naquele final dos anos de 1920, numa Berlim frenética onde tudo parecia acontecer, o alvoroço em Tempelhof é provocado pela aterragem, após sobrevoo da cidade, do gigantesco LZ 127, nascido na fábrica criada pelo conde Ferdinand von Zeppellin (1838-1917). Antes, no dia 20 de maio de 1927, o aviador Charles Lindbergh (EUA) realizara o primeiro voo transatlântico da história, solitário e sem escalas, entre Nova Iorque e Paris. Porém, o “Graf Zeppellin”, como se tornaria conhecido o mais famoso dos zepelins, vai oferecer o primeiro serviço transatlântico de passageiros, no dia 18 de setembro de 1928, quando liga Frankfurt a Nova Iorque em 112 horas.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt