Segurança

Sindicato dos Oficiais da PSP "extremamente surpreendido" com exoneração do diretor

Margarida Blasco, ministra da Administração Interna
Margarida Blasco, ministra da Administração Interna
José Sena Goulão

José Barros Correia estava a ser “um diretor próximo dos polícias e verdadeiramente preocupado com os polícias, sendo eles o seu principal ativo”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia

O presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia manifestou-se esta segunda-feira "extremamente surpreendido" com a exoneração do diretor nacional da PSP, sublinhando que, nos poucos meses no cargo, o superintendente-chefe José Barros Correia foi "verdadeiramente preocupado com os polícias". Bruno Pereira frisou à agência Lusa que o superintendente-chefe José Barros Correia estava "em funções há pouco mais de oito meses", destacando que se encontrava "no início da sua comissão".

O também porta-voz da plataforma que congrega as estruturas os sindicatos da PSP e associações da GNR frisou ainda que José Barros Correia estava a ser "um diretor próximo dos polícias e verdadeiramente preocupado com os polícias, sendo eles o seu principal ativo".

"Tem dito várias vezes em vários comunicados, ou intervenções públicas que fez, estar ao lado dos polícias, tendo em conta que são a sua principal e primeira preocupação a todos os níveis, (...), ainda para mais numa organização que conta com 156 anos de idade e ocupa um espaço insubstituível do ponto de vista de área de soberania", destacou.

Sobre os motivos para a exoneração de José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro do ano passado, o líder do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia referiu que cabe aos sindicatos e aos jornalistas questionar a decisão tomada pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.

A ministra da Administração Interna indigitou hoje como novo diretor nacional da Polícia de Segurança Pública o superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho que ocupava, até à data, o cargo de Comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP).

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna referiu que "esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da PSP, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública".

Para Bruno Pereira, o novo diretor nacional irá envolver-se "de alma e coração naquilo que é uma intervenção determinante para o futuro da PSP", lembrando os vários "assuntos e dossiês, que são bastante críticos do ponto de vista estrutural" para esta força policial.

Questionado sobre se é lícita a nomeação do superintendente Luís Carrilho, sem ser superintendente-chefe, o líder sindical referiu que é uma "questão puramente jurídica" e que "do ponto de vista político [a ministra] pode fazê-lo".

"Tem que haver uma relação de confiança inquebrável e, portanto, se assim foi, [a ministra] terá que explicar. Segundo, é possível a nomeação, tendo em conta que o próprio superintendente Luís Carrilho (...) estará eventualmente até na iminência de vir a ser promovido. Para [o cargo de] diretor nacional existe até um pressuposto desdobrado, em ser superintendente-chefe ou pessoa de reconhecida idoneidade para a função", acrescentou.

"Eu quero acreditar que [a ministra] teve isso em linha de conta, portanto, que foi devidamente informada, enquadrada relativamente a estes pressupostos e, portanto, não haverá aqui qualquer óbice legal na nomeação", concluiu.

Sobre a luta dos polícias que decorre há meses, em que exigem um suplemento de missão idêntico ao atribuído pelo anterior Governo socialistas aos inspetores da PJ, Bruno Pereira lembrou que o diretor nacional tem uma "intervenção limitada" na matéria, intervindo "na medida daquilo que são as suas preocupações para o bem-estar da polícia e dos seus polícias".

"Naturalmente, parece-me quase condição natural o senhor diretor nacional, seja ele quem for, defender os direitos e defender os direitos mais reforçados para os seus polícias, exatamente porque isso dá força e robustez à própria instituição", frisou.

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