O Diretor Nacional da PSP, o superintendente-chefe Barros Correia, determinou a abertura de um inquérito à Inspeção daquela polícia, com o objetivo de apurar as circunstâncias em que decorreu o desfile e a concentração junto ao Capitólio, esta segunda-feira à noite.
O objetivo é confirmar a eventual participação de polícias da PSP naquele protesto, de forma a apurar responsabilidade disciplinar dos agentes, bem como elaborar um auto de notícia a narrar estes factos, para enviar ao Ministério Público.
Tal como o Expresso escreveu, a marcha e o protesto que juntaram largas centenas de polícias em frente ao cineteatro Capitólio, em Lisboa, e onde decorreu o debate que pôs frente a frente Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, foram combinados em grupos privados de conversação online entre membros do INOP, o movimento inorgânico criado por agentes da PSP e militares da GNR.
A plataforma que reúne os sindicatos recusou-se, no entanto, a aderir a este protesto noturno. “Não estava acertada nem planeada a ação de protesto [em frente ao Capitólio]. A plataforma não iria promover algo que não tinha acertado, planeado e comunicado às autoridades competentes”, explicou o comissário Bruno Pereira, líder desta plataforma.
A PSP salienta que a manifestação na Praça do Comércio decorreu “sem qualquer incidente e dentro dos limites legais e com civismo”.
Mas uma parte dos manifestantes decidiu iniciar um desfile por várias artérias da cidade de Lisboa até à zona do Capitólio, “onde concentraram, desfile esse para o qual não existiu qualquer comunicação à Câmara Municipal de Lisboa (CML), obrigando ao corte inopinado de várias artérias da cidade”, refere a PSP. “Saliente-se ainda que o local final de concentração (junto ao Capitólio), também não foi comunicado à CML, conforme obriga o atual quadro legal.”
O comandante responsável pelo policiamento junto ao Capitólio já tinha dito à Lusa que a manifestação não estava autorizada e que os promotores seriam identificados.
No debate entre os dois principais líderes partidários, Pedro Nuno Santos avisou que “não se negoceia sob coação”, numa alusão ao protesto que se fazia a poucos metros de distância do local onde se realizava o debate político para as legislativas.
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