Saúde

Governo vai avançar com parcerias público-privadas em cinco hospitais

Governo vai avançar com parcerias público-privadas em cinco hospitais

Esta possibilidade já tinha sido admitida, na semana passada, pela ministra da Saúde. A medida já foi criticada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que considerando agora que a opção escolhida por Ana Paula Martins é "ineficiente" e que coloca em causa os serviços de urgências ao entregá-los a entidades interessadas no “lucro”

O Governo prepara-se para converter cinco hospitais em parcerias público-privadas. A resolução é aprovada esta sexta-feira em Conselho de Ministros, apurou o jornal “Público”.

Segundo a mesma fonte, estão em causa os hospitais de Braga, Amadora-Sintra, Vila Franca de Xira, Loures e Garcia de Orta. O hospital de Almada (Garcia de Orta), ao contrário dos restantes, sempre esteve sob gestão pública.

Esta possibilidade já tinha sido admitida, na semana passada, pela ministra da Saúde. "Eu defendo que em muitas das nossas unidades de saúde nós devemos retomar o modelo de PPP", afirmou Ana Paula Martins, no podcast "Política com Assinatura" da Antena 1.

Segundo a ministra, se a um determinado tipo unidades de saúde fosse devolvido um modelo de concessão e de gestão com normas que são utilizadas no setor privado conseguir-se-ia "melhores resultados para as pessoas". "É uma questão de gestão, não tem nada a ver com a ideologia", garantiu Ana Paula Martins.

De acordo com o Público, o Governo vai justificar esta decisão com a degradação da qualidade dos serviços prestados nos hospitais em questão.

O Executivo de Luís Montenegro tem insistido que o acesso a cuidados de saúde previsto na Constituição deve ser feito com recurso aos meios públicos, privados e sociais disponíveis.

FNAM diz que modelo é "ineficiente e desequilibrado"

A medida já foi criticada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que na quinta-feira aceitou voltar a negociar com o Governo o acordo coletivo de trabalho da classe, considerando agora que a opção escolhida por Ana Paula Martins é "ineficiente" e que coloca em causa os serviços de urgências ao entregá-los a entidades interessadas no "lucro".

À TSF, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, afirmou que os modelos de PPP são "ineficiantes e desequilibrados", recordando uma consideração semelhante pelo Tribunal de Contas. "Se no passado construíram hospitais de raiz em zonas carenciadas, no presente, o que a população corre o risco de ver é gestão de instituições que sempre foram públicas, que são nossas, entregues a entidades privadas, cujo objetivo principal é apenas o lucro", atirou a dirigente sindical.

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