Saúde

Caso das gémeas: ministro da Saúde defende investigações “o mais céleres possível”, mas “rigorosas”

Manuel Pizarro pediu para a saúde oral “clareza aos agentes políticos que se propõem a governar o país”
Manuel Pizarro pediu para a saúde oral “clareza aos agentes políticos que se propõem a governar o país”
Rita Franca/SOPA Images//LightRocket/Getty Images

Manuel Pizarro não comentou diretamente as investigações em curso, para não as “condicionar ou até prejudicar”

O ministro da Saúde defendeu hoje que as averiguações ao caso das gémeas residentes no Brasil tratadas em Lisboa devem "ser o mais céleres possível", mas sem limitar o rigor e o direito de defesa dos envolvidos.

"As averiguações sobre estas matérias devem ser sempre o mais céleres possíveis, mas o facto de serem céleres não podem limitar que sejam rigorosas e não pode nem deve evitar a possibilidade das pessoas nelas envolvidas apresentar e fazer a sua defesa", defendeu hoje Manuel Pizarro em Vila Nova de Gaia em declarações à margem da apresentação dum estudo sobre os impactos da covid-19 naquele concelho.

Manuel Pizarro não quis comentar diretamente as investigações em curso defendendo que tal poderia "condicionar ou até prejudicar" essas investigações.

"Tudo o que eu disser pode ser interpretado como condicionando a inspeção que está em curso e pode prejudicar. Eu tenho que me manter atento mas sem intervir no espaço público (...) é obrigação minha não fazer comentários que possam condicionar ou até prejudicar as averiguações que estão em curso", disse, recusando assim responder aos resultados já conhecidos das investigações.

O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em 2020 tratamento em Portugal com o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI em novembro e está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Segundo um relatório de auditoria do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) a que a agência Lusa teve acesso, a primeira consulta das gémeas luso-brasileiras no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, ocorreu a 05 de dezembro de 2019 e foi pedida pelo secretário de Estado da Saúde. Na altura encontravam-se em funções António Lacerda Sales e Jamila Madeira.

António Lacerda Sales garantiu na quarta-feira que não marcou qualquer consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as gémeas luso-brasileiras, considerando que se continua no "campo das suspeições e indefinições".

A ex-ministra da Saúde Marta Temido afirmou também hoje desconhecer o teor do relatório da auditoria do CHULN sobre o caso das gémeas luso-brasileiras e adiantou que ainda não foi convocada para depor.

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