O Reino Unido anunciou na terça-feira que irá distribuir um kit com um cigarro eletrónico, a par com a disponibilização de apoio profissional, a um milhão de fumadores – o objetivo final é que deixem de fumar. “Trocar para parar” é o lema do programa que o Governo britânico classifica como “pioneiro” a nível global e uma das medidas para atingir a meta de reduzir as taxas de tabagismo para 5% ou menos até 2030.
Mas a decisão está longe de ser consensual. A pneumologista Sofia Ravara, coordenadora da comissão de trabalho de tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, considera que se trata de uma “afronta ao bom senso de saúde pública”. “É uma medida arriscadíssima e muito perigosa”, alerta em conversa com o Expresso.
Antes de mais, é de salientar que “não está provado” que os cigarros eletrónicos representem um menor risco face aos tradicionais. Não têm monóxido de carbono, mas têm nicotina, metais pesados – como níquel, cobre ou alumínio – e “inúmeras substâncias tóxicas, extremamente irritantes para os sistemas respiratório e cardiovascular e potencialmente causadoras de cancro”. Fornecem nicotina “em doses muito altas e muito rápidas” e provocam dependência “muito facilmente”. “Não há consumo seguro destas substâncias, independentemente da dose”, resume Sofia Ravara.
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