Saúde

Em 80 dias um tratamento inovador eliminou metástases de cancro da mama em ratos

Cancro da mama passou, em 2020, a ser a doença oncológica mais frequente da Humanidade
Cancro da mama passou, em 2020, a ser a doença oncológica mais frequente da Humanidade
Getty Images

A união de dois tratamentos oncológicos já existentes pode ser a solução para a eliminação de metástases de cancro da mama, sugere um novo estudo oncológico. Ao fim de 80 dias, todos os ratos expostos ao método inovador estavam vivos e livres de cancro

:Um grupo de investigadores da Universidade de Medicina de Washington em St. Louis, nos EUA, desenvolveu um método que conseguiu eliminar metástases de cancro da mama em ratos, uma descoberta com possíveis ramificações no tratamento oncológico em humanos.

Segundo o estudo publicado pelos cientistas na revista Cancer Discovery, a 8 de março deste ano, todos os ratos expostos ao tratamento inovador estavam vivos e livres de cancro após 80 dias.

O método envolve a combinação de dois tratamentos já existentes, que trabalham em paralelo para assegurar a eliminação das células cancerígenas. O primeiro envolve a reprogramação do microambiente do tumor para que este se torne mais vulnerável aos ataques do sistema imunitário, algo que é conseguido através do bloqueio da molécula p38MAKP.

O segundo passa por estimular a atividade dos linfócitos T, células imunitárias que defendem o nosso corpo de ameaças, como vírus ou tumores, aumentando a sua capacidade de identificar e combater as células cancerígenas.

A relevância deste estudo é clara, já que o cancro da mama, a partir do momento em que se espalha por outras partes do corpo, como os ossos, torna-se muito resistente a qualquer tratamento. De acordo com Sheila A. Stewart, autora principal do estudo, “cerca de 70% os pacientes com cancro de mama metastático têm tumores que se espalharam para os ossos”.

Em conjunto, as duas estratégias poderão “visar estas metástases ósseas de uma forma que elimina o tumor, impede a reincidência do cancro e protege contra a perda óssea”, sugeriu a investigadora num artigo publicado pela Universidade de Medicina de Washington em St. Louis.

Os investigadores notaram ainda que o sistema imunitário dos ratos testados pareceu desenvolver memória a longo prazo, sabendo exatamente de que forma atacar as células cancerígenas caso estas regressassem. “Os ratos parecem estar basicamente vacinados contra o cancro”, referiu Sheila A. Stewart.

Texto de José Neves editado por Cristina Pombo

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