Descende do profeta Maomé e é o líder espiritual de 15 milhões de fiéis muçulmanos, dez mil dos quais vivem em Portugal. Tem tentado transformar o mundo à sua maneira e à do Islão. Está prestes a viver em Lisboa. É o príncipe Karim Aga Khan IV. Mas chamam-lhe sua alteza. O título foi-lhe atribuído por Isabel II, a rainha de Inglaterra, logo depois de, aos 20 anos, assumir o cargo de imã, o 49º imã dos xiitas ismaelitas. Há uma semana festejou na capital do nosso país o seu Jubileu de Diamante, 60 anos à frente da comunidade, que considera ser a sua grande fonte de felicidade. Elegeu a educação, a saúde e o desenvolvimento económico como os seus principais alvos de atuação e tem levado o seu poder congregatório a todo o mundo. A Lisboa trouxe consigo quase 50 mil pessoas com quem celebrou os festejos. Antes, numa manhã soalheira, falou com o Expresso sobre o início do seu mandato e o presente, sobre religião e política, sobre a comunidade e sobre ele próprio num refúgio singular, onde com a afabilidade que lhe é sempre reconhecida nos deixou conversar à boleia de uma brisa quente. Foi uma conversa longa e densa, feita por um homem inteligente que é simultaneamente um líder do espírito e da mente, um pensador e um verdadeiro senhor do século XXI.
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