Vista de fora, a decisão de abençoar homossexuais pode parecer inócua e carente de transcendência. Há padres, bispos e cardeais que abençoam ou fazem abençoar cães, gatos, carros, casas ou campos de vizinhos, sem que ninguém se escandalize. Ora, um casal homossexual é formado por pessoas, ou seja, por muito mais do que o que antecede.
É esta a ideia, como diria um agnóstico, inatas à “declaração” difundida esta semana pela Congregação para a Doutrina de Fé, um “ministério” da Santa Sé que conserva, interpreta, defende e divulga, a seu ver, a “verdadeira” doutrina católica.
Desde que Francisco nomeou para “ministro” da ortodoxia católica o seu amigo argentino Víctor Fernández, o Papa e este teólogo estão na mesma onda. Anteriores titulares do cargo, como o alemão Gerhard Ludwig Müller, respondiam em desarmonia com o pontífice. Já em 2021, o espanhol Luis María Ladarer Ferrer, seu sucessor, afirmou que de forma alguma se poderia abençoar homossexuais. Francisco esperou um pouco e destituiu Müller e Ferrer.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt