O frio aperta por estes dias, apesar do sol radioso que se fez sentir na tarde deste domingo, pelo menos na região de Lisboa e a sul do Tejo.
Uma massa de ar com origem polar fez com que as temperaturas ficassem “ligeiramente inferiores ao normal para a época do ano” este fim de semana, indica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A mínima registada este sábado foram -3 ºC em Penalva do Castelo. E os distritos de Bragança, Vila Real, Guarda e Viseu foram colocados sob aviso amarelo este fim-de semana, devido à vaga de frio polar que afeta a Península Ibérica, que afeta mais acentuadamente o nordeste do país.
E as temperaturas mínimas tendem a agravar-se, pelo menos até quinta-feira, avisa o IPMA, em comunicado na sua página na Internet: “A partir da tarde de dia 9, uma bolsa de ar frio em altitude, com origem na região da Escandinávia, irá localizar-se no norte da Península Ibérica, resultando em nova descida da temperatura, em especial da mínima”.
A previsão aponta para que esta vaga polar faça baixar as temperaturas entre 2 a 5 °C na generalidade do território, podendo fazer os termómetros descer até -7 °C em alguns locais do nordeste transmontano e da Beira Alta, e a rondar os 0°C em vários locais do litoral Norte e Centro, indica o IPMA.
Já no litoral Centro e Sul, “uma massa de ar de origem marítima, transportada por uma depressão a oeste da Península Ibérica, irá trazer nebulosidade e precipitação e uma pequena subida da temperatura mínima” na terça-feira. Mas a partir do dia 10 de janeiro “prevê-se uma descida generalizada” da temperatura, com “formação de gelo ou geada, em especial no interior Norte e Centro”. Também haverá chuva fraca nestas regiões e prevê-se neve em altitudes acima dos 800 metros.
Apesar da temperatura da água do mar poder andar entre os 14 e os 17ºC, as máximas previstas de 4 e 8°C no interior Norte e Centro, ou de entre 8 e 14°C no interior Sul e litoral, não são convidativas para banhos de mar. Na Grande Lisboa, os termómetros “não deverão ultrapassar os 10°C.
Conta da luz a subir
Por estes dias, o consumo de energia também deverá disparar. Aquecedores, lareiras e ares condicionados são o recurso à mão para manter algum aconchego no lar, tendo em conta um parque habitacional pobre em eficiência energética. Porém, esse conforto é só para o que o pode pagar.
Recorde-se que cerca de dois milhões de famílias em Portugal (cerca de 20% das habitações) não consegue aceder a energia para aquecer adequadamente as suas casas a um custo acessível.
Com o agravar do custo de vida e a subida das tarifas de eletricidade em 1,9% em média em Janeiro face a dezembro (dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), muitos terão de optar por usar mais camadas de roupa.
Esta realidade tem impactos para a saúde, sobretudo quando se está a viver uma vaga de infeções respiratórias, nomeadamente de Gripe A, que só deverá atingir o pico no final de janeiro.
As infeções respiratórias já revelaram um aumento na incidência com efeitos no aumento da mortalidade, e deverão continuar nessa linha nas próximas semanas, segundo a Direção Geral da Saúde. Para já estima-se que se registem 100 mortes a mais por dia do que o esperado associado a infeções virais.
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