PGR condena tumultos e faz promessa no caso do homem baleado por agente da PSP: “Vamos ser o mais céleres possível”
TIAGO MIRANDA
Amadeu Guerra assegura “celeridade” no inquérito que decorre sobre a morte de Odair Moniz, atingido mortalmente por um agente da PSP, e condena “tumultos” na região da Grande Lisboa
“Vamos ser o mais céleres possível. O inquérito está a correr. Há constituição de arguido. Somos coadjuvados por um órgão de polícia criminal. Vamos dar instruções no sentido de haver celeridade”, afirmou Amadeu Guerra, em declarações aos jornalistas nesta quinta-feira em Lisboa. “Há imagens eventualmente. Todos os meios de prova são úteis para o Ministério Público perceber e decidir a sua posição relativamente a esta questão”, acrescentou.
Em relação à existência de imagens de videovigilância, o PGR reforçou a importância de todas as provas. “Quando fazemos o inquérito, aguardamos todas as provas possíveis e que existem. Depois, essas provas, nomeadamente testemunhais e perícias nos veículos, são utilizadas para fazermos um bom trabalho, que é isso que os cidadãos querem”, declarou.
Em vários pontos da região de Lisboa, as noites têm sido marcadas por confrontos e distúrbios, depois de um agente da PSP ter morto a tiro Odair Moniz, na Cova da moura
Sobre o uso da arma pelo agente da PSP, Amadeu Guerra diz que tal será “apurado no inquérito”, referindo que as situações de autodefesa dependem das circunstâncias, além de não ter conhecimento da “indiciação que foi dada para a constituição de arguido”.
Quanto aos distúrbios em diversas zonas da Grande Lisboa, o PGR referiu que serão investigados “os factos e as denúncias que forem feitas”. “Se houver participações, o Ministério Público vai investigar a situação”, indicou. “Condeno esse tipo de tumultos. Mas também temos de reconhecer que não é só em Portugal que isso acontece, no estrangeiro vemos situações idênticas e às vezes com muito maior gravidade que aqui.”
Dois autocarros e sete veículos foram incendiados durante a madrugada desta quinta-feira em vários locais na Área Metropolitana de Lisboa. A PSP registou ainda focos de incêndio em caixotes do lixo em Amadora, Sintra, Oeiras, Odivelas, Barreiro, Lisboa e Almada, na sequência dos desacatos que se seguiram à morte de Odair Moniz, residente no bairro do Zambujal.