Justiça

Morreu Joana Marques Vidal, ex-procuradora geral da República

Joana Marques Vidal foi procuradora-geral da República
Joana Marques Vidal foi procuradora-geral da República
Tiago Miranda

Joana Marques Vidal tinha 68 anos e estava em coma há várias semanas no Hospital de São João, no Porto. O Presidente da República, que a visitou no hospital, emitiu uma nota onde apresenta à família “emocionados sentimentos”

Em atualização

Morreu Joana Marques Vidal, ex-procuradora geral da República

Rita Ferreira

Editora de Sociedade

Morreu esta terça-feira aos 68 anos a ex-procuradora-geral da República Joana Marques Vidal, adiantou o jornal Observador e confirmou o Expresso. Joana Marques Vidal estava internada, em coma, no Hospital de São João, no Porto, onde deu entrada no dia 6 de junho transferida de uma unidade hospitalar privada, Luz Arrábida, onde havia sido submetida a intervenção cirúrgica, na sequência de "doença neoplásica prolongada e muito complexa", sabe o Expresso.

Joana Marques Vidal foi a primeira mulher a ocupar o cargo de procuradora-geral da República entre 12 de outubro de 2012 a 12 de outubro de 2018.

O velório realiza-se no dia 10 de julho, entre as 14h00 e as 22h00, na Capela de São Lourenço, em Pedaçães - Águeda, e as cerimónias fúnebres terão lugar pelas 14h00 do dia 11 de julho, seguindo-se cremação no crematório de Aveiro, informa o Ministério Público numa nota publicada no site oficial. A missa de sétimo dia será celebrada na Basílica da Estrela, em Lisboa, no dia 15 de Julho às 19h00.

"A Procuradora-Geral da República, a Procuradoria-Geral da República e o Conselho Superior do Ministério Público manifestam profundo pesar pelo falecimento da Procuradora-Geral-Adjunta jubilada Maria Joana Raposo Marques Vidal, que exerceu funções de Procuradora-Geral da República nos anos de 2012 a 2018", lê-se ainda.

Marcelo visitou Marques Vidal no hospital

A Presidência da República já emitiu umanota de condolências. “Joana Marques Vidal desempenhou um relevante papel na sociedade portuguesa, como jurista ilustre, magistrada com profundas preocupações sociais e funções de liderança, nomeadamente enquanto Procuradora-Geral da República”, refere a nota assinada por Marcelo Rebelo de Sousa, que diz ter estado há duas semanas no Porto, onde estava internada no Hospital de São João, a acompanhar “a sua luta pela vida”.

Marcelo Rebelo de Sousa escreve que Joana Marques Vidal “granjeou o respeito e o apoio de pares, subordinados e da sociedade em geral, nunca deixando de se dedicar a uma pedagogia democrática, com destaque para a participação cívica e a defesa dos direitos fundamentais, neles avultando o papel da mulher e a defesa dos mais frágeis e discriminados”.

“O Presidente da República, que ainda há duas semanas, acompanhou, no Porto, a sua luta pela vida, apresenta à Família e aos muitos Amigos e Companheiros de jornadas os mais emocionados sentimentos”, termina.

Joana Marques Vidal nasceu em Coimbra em 1955 e licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa. Teve uma carreira ligada ao Direito de Família e Menores, tendo sido presidente da APAV-Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, entre 2007 e 2012, ano em que assumiu a Vice-presidência da Direção da Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família – Crescer Ser.

Foi membro da Direção e Presidente da Assembleia-Geral do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Desempenhou também funções de Diretora adjunta do Centro de Estudos Judiciários.

Em outubro de 2018, e depois de uma saída polémica da PGR, no final do primeiro mandato, foi condecorada pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.


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