Justiça

Buscas da PJ a Luís Bernardo por suspeitas de corrupção e há autarcas envolvidos

Buscas da PJ a Luís Bernardo por suspeitas de corrupção e há autarcas envolvidos
SL Benfica

Polícia Judiciária realiza buscas ao universo empresarial do consultor Luís Bernardo por suspeitas de corrupção e abuso de poder. João Tocha, outro consultor de comunicação, também é alvo da investigação. Há 34 mandados de buscas e investigam-se suspeitas de favorecimento de empresas do setor da comunicação, publicidade, marketing digital e marketing político

Em atualização

Buscas da PJ a Luís Bernardo por suspeitas de corrupção e há autarcas envolvidos

Hugo Franco

Jornalista

Buscas da PJ a Luís Bernardo por suspeitas de corrupção e há autarcas envolvidos

Micael Pereira

Grande repórter

A PJ está a realizar buscas ao universo empresarial do consultor de comunicação Luís Bernardo. A informação foi avançada pela CNN Portugal e confirmada pelo Expresso.

Luís Bernardo foi assessor do ex-primeiro-ministro José Sócrates e liderou o departamento de comunicação do Benfica. Mas há outros consultores de comunicação visados na investigação, segundo apurou o Expresso. Entre eles está João Tocha, que organizou campanhas eleitoriais com diversos partidos políticos.

Estão a ser investigadas as empresas WLP de Luís Bernardo; a First Five Consulting do amigo João Tocha; a Remarkable, de um sócio de João Tocha; e a Sentinelcriterion de um sobrinho de Luís Bernardo. Uma informação que tinha sido avançada pela CNN Portugal e confirmada pelo Expresso.

Até ao momento, Luís Bernardo e João Tocha têm estado incontactáveis.

O Expresso soube entretanto que há também autarcas sob suspeita no caso por abuso de poder. Em causa, negócios em campanhas eleitorais com Luís Bernardo e João Tocha.

Há 34 mandados de busca e apreensão, 10 buscas domiciliárias e 13 não domiciliária em organismos públicos, e 11 buscas não domiciliárias em empresas, em Lisboa, Oeiras, Mafra, Amadora, Alcácer do Sal, Seixal, Ourique, Portalegre, Sintra e Sesimbra.

No âmbito de inquérito dirigido pelo DCIAP, investigam-se factos suscetíveis de enquadrar a prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes (titulares de cargos políticos) e abuso de poder (regime geral).

Em causa estão fortes suspeitas de favorecimento de empresas do setor da comunicação, publicidade, marketing digital e marketing político, por parte de diversas entidades públicas.

As diligências realizadas visam, segundo a PJ, "consolidar a indiciação de que, às empresas referenciadas pela investigação, terão sido adjudicados contratos, por ajuste direto ou por consulta prévia, em clara violação das regras aplicáveis à contratação pública, designadamente, dos princípios da concorrência e da prossecução do interesse público, causando elevado prejuízo ao erário público".

Participaram na operação cerca de 150 elementos da Polícia Judiciária, inspetores e peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística e da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática da PJ, além de 8 magistrados do Ministério Público, no DCIAP.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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