Um grupo de membros de uma associação criminosa, burlões, que falsificam documentos e que fazem entrar no sistema financeiro dinheiro com origem nos crimes: é este o quadro relacionado com o Banco Espírito Santo que vai a julgamento, segundo decidiu o juiz de instrução, Pedro Correia. Ricardo Salgado é o elemento que os procuradores consideram ter cometido mais crimes (65), mas a lista é bem mais extensa. E Salgado não está sozinho.
O BES caiu há praticamente nove anos e desde então o Ministério Público averigua os crimes por lá cometidos. É verdade que foram constituídos vários arguidos logo em 2014, mas o processo foi longo e arrastado - até que, em 2020, chegou a acusação que, três anos depois, viu a quase totalidade da argumentação dos procuradores ser validada pelo juiz de instrução, Pedro Correia, na segunda-feira passada.
O caso segue nos próximos meses para tribunal.
Será um tribunal coletivo (com três juízes) a pronunciar-se sobre este megaprocesso, não sendo possível, pelos crimes que estão em cima da mesa, que seja liderado por um tribunal de júri (onde o cidadão comum também poderia participar, embora não seja muito usual em Portugal). Estão em causa 17 arguidos individuais (havia outros dois que, entretanto, faleceram, o que fez cair os processos-crime) e três coletivos (empresas do GES, depois de terem também caído as imputações a outras entidades).
Mas quem são os acusados e o que (alegadamente) fizeram?
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